Confira os principais motivos de fechamento das empresas
- Bruna Saniele
- Direto de São Paulo
Comportamento empreendedor pouco desenvolvido do dono do negócio, falta de planejamento prévio, gestão deficiente do negócio, insuficiência de políticas de apoio, flutuações na conjuntura econômica e problemas pessoais dos proprietários. Esses são os principais problemas que levam uma empresa ao fracasso, de acordo com informações do Sebrae-SP. Para garantir a sobrevivência de um novo empreendimento é preciso mais do que investimento financeiro: planejamento e noções de gestão são fundamentais, dizem especialistas.
Segundo última pesquisa do Sebrae-SP sobre mortalidade dos negócios, 27% das empresas paulistas fecham as portas com menos de um ano de atividade e apenas 42% das empresas sobrevivem após cinco anos de atividades. Dentre os motivos alegados pelos empresários para o fechamento do negócio destacam-se a falta de clientes (18%), a falta de capital (10%), os problemas de planejamento e administração (10%), a perda do cliente único (9%), problemas com sócios (8%), custos elevados (7%), problemas particulares (7%) e falta de lucro (7%). No entanto, conforme especialistas, todos esses problemas decorrem da falta de planejamento e de conhecimento sobre o próprio empreendimento.
Dos empresários que não conseguiram manter seus negócios, 34% disseram que perderam todo o investimento e 27% perderam parte. Apenas 39% dos empresários recuperaram tudo o que foi investido, conforme o Sebrae. Para não entrar na lista de empreendedores que não deram certo, confira como manter seu negócio em ordem e evitar prejuízos:
Comportamento empreendedor pouco desenvolvido
Para o consultor do Sebrae-SP, Renato Fonseca, os principais aspectos da mortalidade das empresas estão ligados à pessoa do empresário, do dono do negócio. "A maioria dessas questões são inerentes ao entendimento das sutilezas do negócio que podem significar a diferença entre lucro e prejuízo. É preciso fazer uma autoavaliação e entender virtudes e defeitos e tentar resolver as deficiências", afirma Fonseca.
Para desenvolver um comportamento empreendedor e, assim, evitar a falência, o empresário deve fazer cursos, procurar orientação especializada e querer aprender sobre o setor no qual vai atuar. "É uma preparação possível que pode garantir a sobrevivência do negócio", diz Edison Kalaf, professor da Business School São Paulo (BSP).
Falta de planejamento
De acordo com Kalaf, muitos empresários resolvem se arriscar abrindo o próprio negócio sem um conhecimento especializado do mercado em que planejam atuar, sem entender quais são os seus concorrentes, sem saber quanto investir e sem saber dos custos do negócio. Conforme a pesquisa do Sebrae-SP, os planejamentos apresentavam deficiências como falta de conhecimento do número de clientes e seus hábitos, além de detalhes da concorrência e dos fornecedores. "É preciso se preparar, fazer um plano de negócios, fazer cursos e se preparar antes de entrar no mercado", diz Kalaf.
Gestão eficiente do negócio
Segundo o Sebrae-SP, foi constatado no levantamento que grande parte das empresas que fecharam as portas precisavam ampliar os investimentos na capacitação dos sócios e da mão de obra, além de se atualizar quanto à tecnologia do setor, inovação de processos e procedimentos e melhorar o acompanhamento da evolução de receitas e despesas e busca de novos mercados. "Todos os empreendedores precisam entender melhor os aspectos financeiros e comerciais, além dos processos operacionais da empresa ou não conseguirão prosperar", diz o consultor.
Problemas pessoais dos proprietários
Assunto delicado, a relação entre sócios pode causar problemas em uma empresa e até o seu fracasso. "Pra minimizar esses problemas, o plano de negócios deve conter dados bem detalhados da atuação de cada sócio, do capital integralizado e da divisão de tarefas", segundo o consultor do Sebrae-MG Arnou dos Santos.
Insuficiência de políticas de apoio
Problema que sai da alçada dos empreendedores, está diretamente ligado a políticas governamentais e a burocracia, que emperram a criação de um novo negócio no País. Segundo o Sebrae-SP, há necessidade de ampliação das ações que melhorem o ambiente empreendedor, como, por exemplo, incentivo ao aumento de vendas para o governo, do acesso ao crédito e do acesso a inovações.
Conjuntura econômica
O cenário macroeconômico, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) embora não determinem o sucesso ou fracasso de um empreendimento, podem implicar em um cenário mais ou menos favorável. "Mesmo aquele pequeno comerciante tem que se manter atento ao cenário interno e externo, lendo jornais, notícias e ficando atendo às implicações das mudanças econômicas no ser ramo de atuação", ressalta Fonseca.