"Conformada", filha de Antônio Ermírio cita humildade do pai
Empresário morreu por insuficiência cardíaca aos 86 anos, em São Paulo
Uma das filhas do empresário Antônio Ermírio de Moraes, que morreu por insuficiência cardíaca aos 86 anos na noite do último domingo, em São Paulo, falou sobre o “legado” que seu pai deixou. Emocionada, mas “conformada” com a morte do presidente de honra do Grupo Votorantim, Regina Moraes citou os “princípios e valores eternos” do empresário que foram deixados à família e amigos. O velório de Ermírio acontece no Hospital Beneficência Portuguesa, na região central da capital paulista.
“O legado é de muita humildade. Valores e princípios que são eternos. A gente não tem noção do carinho, mas as pessoas vão chegando e falando o que está acontecendo lá fora. Queremos agradecer a todos que rezaram. A família está em paz, conformada com essa situação. Ele sempre foi muito bem cuidado, mas chega uma hora que seria um egoísmo nosso querer que ele ficasse aqui como ele estava”, afirmou Regina.
Questionada sobre a humildade e sinceridade do pai, ela chegou a se emocionar ao lembrar a quantidade de pessoas que Antônio Ermírio de Morais ajudou ao longo de sua carreira.
“Papai sempre falava que ‘o que a mão direita dá a esquerda não precisa saber’. Muitas das pessoas que ele ajudou eu vim a saber no livro do Pastore (José Pastore, que escreveu a biografia ‘Memórias de um Diário Confidencial’), porque muita coisa eu não sabia. Essa humildade não era só da boca para fora, era genuína e que ele queria que ninguém soubesse, então é um grande exemplo de pai, de vô”, afirmou Regina.
A filha do empresário lembrou também a obsessão do pai pelo trabalho. Segundo ela, muitos diziam que ele trabalhava até 50 horas por dia.
“Eles (família) curtiam como tinha que ser, algumas caminhadas, passeios em Bertioga. No fundo a paixão dele era a fábrica, o trabalho, a forma como ele amava a vida. Meus filhos diziam: ‘como assim vovô entrou na piscina três vezes?’. Mas era a forma como ele era. Um exemplo de muito trabalho. Temos que respeitar esse lado dele de se rum grande trabalhador e um exemplo para o Brasil. Você vai aprendendo o que Deus está mandando e saber que daqui a pouco todo mundo estará junto”, completou.
O velório teve início às 9h no salão nobre do hospital. Desde as primeiras horas da cerimônia, muitos empresários e políticos estiverem presentes para prestar uma homenagem ao empresário, entre eles o governador Geraldo Alckmin, o presidente licenciado da Fiesp e candidato ao governo de São Paulo Paulo Skaf, o maestro João Carlos Martins, Dom Odilo Scherer, Henry Sobel, o apresentador Tom Cavalcanti, Roberto Setúbal, presidente do Itaú, e Lázaro Brandão, presidente do Bradesco.