Congonhas: conheça a empresa que passa a administrar o aeroporto
Companhia que arrematou terminal tem estatal espanhola como principal acionista
Aeroporto mais disputado do Brasil - por estar no meio da cidade de São Paulo e ter alta demanda do público corporativo, que paga tarifas mais elevadas -, Congonhas será administrado pela empresa espanhola Aena. O grupo arrematou o bloco de aeroportos SP-MS-PA-MG por R$ 2,45 bilhões, um ágio de 231% em relação à outorga mínima estabelecida no edital, de R$ 740,1 milhões.
O terminal, portanto, passa das mãos da estatal brasileira Infraero, vinculada ao Ministério da Infraestrutura, para a companhia que tem 49% de suas ações negociadas na Bolsa de Madri e 51% dos papéis controlados pela estatal Enaire, ligada ao Ministério de Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana do governo espanhol.
Como o leilão foi organizado em blocos, para ficar com Congonhas, a Aena também teve de assumir aeroportos considerados menos atrativos: quatro deles no Pará (Santarém, Altamira, Marabá e Parauapebas), três no Mato Grosso do Sul (Corumbá, Campo Grande e Ponta Porã) e outros três em Minas Gerais (Uberaba, Montes Claros e Uberlândia).
A companhia espanhola já atua no Brasil administrando os terminais de Maceió, Recife, João Pessoa, Aracaju, Juazeiro do Norte e Capina Grande. Todos foram arrematados na 5ª rodada de concessão de aeroportos, em 2019.
Nos primeiros seis meses deste ano, 117,3 milhões de passageiros passaram pelos aeroportos do grupo Aena, sendo 32% deles no Brasil. De acordo com a empresa, os 6,8 milhões de viajantes que passaram pelos seus terminais brasileiros no período já representam 98% do que se tinha antes da pandemia. É a melhor recuperação da companhia.
O grupo registrou, ainda no primeiro semestre de 2022, uma receita de € 1,7 bilhões (R$ 8,9 bilhões) e um lucro de € 163,8 milhões (R$ 860 milhões). No Brasil, a receita foi de R$ 473,6 milhões e o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 218,1 milhões - um aumento de 144% na comparação com o mesmo período de 2021, quando o setor aéreo sofria mais com a crise decorrente da pandemia.