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Conheça 5 fatores que levam uma pequena empresa à falência

6 mai 2012 - 15h58
(atualizado às 16h30)
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Bruna Saniele
Direto de São Paulo

Todos os anos são criados no Brasil cerca de 1,2 milhão de novos empreendimentos, sendo 99% deles micro e pequenas empresas, de acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). No entanto, um em cada quatro negócios novos não sobrevivem aos primeiros dois anos de atividade. Segundo especialistas, a falta de planejamento e de capital de giro são os principais motivos que fazem as empresas não conseguirem se manter no mercado.

"Antes de pensar em abrir uma empresa, os pequenos empreendedores deveriam fazer um plano de negócios, que poderia, por exemplo, mostrar que o investimento não é tão interessante como ele imagina ou que é preciso redefinir o objeto do negócio", diz o coordenador do MBA Gestão Estratégica e Econômica de Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Antônio André Neto.

Entre as regiões do País, o Sudeste é a que apresentou a maior taxa de sobrevivência entre as pequenas e médias empresas nos dois primeiros anos, com 76,4%, seguida pela região Sul (71,7%), Nordeste (69,1%), Centro-oeste (68,3%) e Norte (66%). Conforme o Sebrae, a taxa de sobrevivência das empresas é maior no Brasil que em países europeus como Itália (68%) e Espanha (69%), mas menor que a do Canadá (75%) e Luxemburgo (76%).

Para o consultor do Sebrae-SP, Reinaldo Messias, o empreendedor precisa ter um bom conhecimento do mercado em que atua, com grande percepção da sua clientela potencial, bem como de seus hábitos e costumes, para identificar os produtos que ela quer comprar. "O planejamento inicial é fundamental para garantir a sobrevida da empresa. Aquela que se prepara tem uma chance em quatro de sobreviver aos primeiros anos (25%) enquanto aquela que não se prepara tem uma chance em cinco (apenas 20%)", diz Messias.

Confira os cinco principais fatores que levam uma empresa à falência

Desconhecimento do mercado:

De acordo com o professor Edison Kalaf, da Business School São Paulo (BSP), a maioria dos empreendedores que abrem a primeira empresa tem conhecimento técnico, mas não sabem gerenciar e não tem contato com o mercado no qual vão atuar. "Mesmo aqueles que estudam nas melhores universidades saem pouco preparados para gerenciar, sem noções de empreendedorismo", diz Kalaf. "O plano de negócios é fundamental para quem quer conhecer o mercado no qual vai atuar e para garantir um planejamento de longo prazo", completa Arnou dos Santos, analista de finanças do Sebrae-MG.

Falta de capital de giro:

Para o coordenador da FGV, os empresários se esquecem de guardar dinheiro para as empresas utilizarem no estágio inicial, quando os clientes ainda não a conhecem o suficiente e a entrada de capital não está estabelecida. "Além de guardar o suficiente para manter durante três ou cinco meses os custos fixos da empresa (aluguel, salário de funcionários, impostos) os empresários têm que reservar o suficiente para pagar suas despesas pessoais com aluguel, plano de saúde, escola dos filhos, para não começar a tirar da empresa um dinheiro que será importante no futuro."

Falta de divulgação:

Conforme Kalaf, as pequenas empresas esquecem de guardar dinheiro para fazer ações de marketing e divulgação. "As empresas tem que estabelecer desde o início ações de marketing, com propaganda e promoções, algo que atraia o cliente desde o começo", diz. "No primeiro ano é preciso divulgar para chamar os clientes. Além disso, é preciso pensar em uma ambientação adequada, que seja compatível com o ambiente. Luxo demais pode ser tão ruim quanto luxo de menos, dependendo do lugar no qual está instalado o empreendimento", afirma Messias.

Controle financeiro

O pequeno empreendedor, que abre pela primeira vez um negócio próprio, muitas vezes não se preocupa com o controle das finanças e esquece que há impostos que devem ser pagos em alguns meses do ano, que podem não ser nos melhores meses de faturamento. Por isso, é preciso poupar e saber guardar, sem fazer retiradas precipitadas. "É fundamental saber o que pode e o que não pode ser gasto e onde investir o dinheiro. Descontrole financeiro é a pior coisa que pode acontecer com uma pequena empresa", afirma kalaf.

Qualificação da equipe

O pequeno empreendedor muitas vezes não se preocupa em qualificar o funcionário ou explicar a melhor forma de realizar a função. E esse funcionário, que vai ter contato direto com o público, pode garantir o sucesso ou o fracasso de uma empresa. "Muitas vezes esse novo dono escolhe um funcionário parecido com ele, mas não faz um treinamento adequado e cria grandes expectativas, que não serão cumpridas. É um problema porque ele é a cara da empresa e pode prejudicar o negócio", diz André Neto.

Fonte: Terra
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