Conheça os passos básicos para quem quer investir no exterior
Pensando em investir no exterior? Especialista explica como começar
Com um cenário econômico global em constante evolução, o setor de investimentos oferece uma gama de oportunidades além das fronteiras nacionais. No epicentro desse movimento encontra-se os Estados Unidos, que atrai a atenção de investidores em todo o mundo por se destacar como o maior e mais influente mercado financeiro do planeta. Hoje são mais de 3.500 empresas na bolsa Nasdaq, uma das maiores do mercado americano, que movimenta mais de R$ 2,8 trilhões por dia.
Atualmente, com essa ampla gama de oportunidades de investimentos, desde ações de empresas renomadas até títulos de governo e ativos alternativos, o país norte-americano torna-se um destino atrativo para aqueles que buscam ampliar seus horizontes financeiros.
Considerando as principais dúvidas que os investidores têm ao decidir se vão ou não se aventurar em mercados internacionais, Vinícius Rossite, especialista em fundos da Acqua Vero, responde algumas das principais questões para os que pensam em alocar fundos fora do país mas não sabem como começar.
É um bom momento para investir fora do Brasil?
"Independente do momento, acreditamos que sempre é uma boa hora para diversificar os investimentos. De acordo com dados da Anbima, o mercado brasileiro equivale a menos de 1% do mercado global e, em média, 99% dos investimentos de investidores brasileiros estão concentrados apenas em ativos brasileiros. Isso significa que mesmo diversificando nossa carteira aqui no Brasil, ainda estamos concentrados em nosso próprio risco", diz Vinícius.
"Quando consideramos as possibilidades de investimentos internacionais, naturalmente voltamos nossa atenção para os Estados Unidos, que ostenta o maior mercado financeiro global e uma das moedas mais robustas, proporcionando uma ampla gama de oportunidades de investimento. Isso se manifesta não apenas em ativos associados à economia norte-americana, mas também em ativos negociados nas bolsas de valores do país, que representam diversas geografias ao redor do mundo."
Quais dicas você daria para quem quer começar a investir fora do país?
"É fundamental procurar compreender os princípios mais elementares quando se trata de investimentos. Como seres humanos, muitas vezes tendemos a complicar temas que, na realidade, são mais simples do que parecem, muitas vezes devido a receio ou à falta de familiaridade com os mesmos. Um passo inicial relevante é estabelecer uma conta em uma corretora internacional e, a partir daí, estabelecer paralelos entre os ativos negociados no exterior e buscar compreender suas semelhanças com os instrumentos financeiros disponíveis no mercado brasileiro."
Por exemplo, no âmbito internacional, os Bonds equivalem às nossas debêntures (títulos de dívidas emitidos por empresas de capital aberto), as Treasuries respondem aos nossos Títulos Públicos (Tesouro Direto), e os Stocks são equivalentes às ações.
"Essa analogia auxilia na familiarização com os conceitos e, possivelmente, contribui para uma compreensão mais sólida, permitindo adquirir uma sensação de segurança mais substancial ao explorar investimentos fora do Brasil", completa Vinícius.
Hoje, quais são os melhores fundos/oportunidades em renda fixa no exterior para iniciantes?
"As possibilidades mais interessantes variam de acordo com o perfil de cada investidor. No entanto, considerando um cenário inicial, alocar recursos em títulos emitidos por empresas financeiramente sólidas ou até mesmo em Tesouros do governo norte-americano podem ser interessantes para investidores iniciantes."
Além disso, existe uma opção de exploração de fundos denominados Money Markets, muito similares aos fundos "caixa" (multimercados de baixo risco) disponíveis no mercado brasileiro.
Vale a pena a longo prazo?
"Vale. Gostaria de citar dois pontos que corroboram essa afirmativa: o dólar e o juros. Os Estados Unidos testemunharam recentemente um notável aumento nas taxas de juros, saindo de 0% para ultrapassar os 5% em um espaço de tempo relativamente breve. Esse movimento, que não era visto desde 2007, tornou a renda fixa atrativa tanto para investidores locais quanto para estrangeiros", esclarece o especialista.
Como consequência disso, é possível esperar um fluxo positivo de dólares nos Estados Unidos, trazendo valorização para a moeda. É difícil prever com precisão a cotação do dólar em relação ao real no final do ano, porém, a tendência de longo prazo aponta para a valorização, o que naturalmente potencializará os resultados dos investidores posicionados em ativos lastreados na moeda norte-americana.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.