Petrobras confirma Ivan Monteiro como presidente interino
O Conselho de Administração da Petrobras indicou e nomeou nesta sexta-feira o engenheiro Ivan Monteiro para o cargo de presidente interino da companhia até a eleição do novo presidente definitivo, informou a petroleira em nota ao mercado, confirmando informação publicada mais cedo pela Reuters.
A Petrobras informou ainda que Monteiro acumulará função de diretor-executivo financeiro e de relacionamento com investidores até eleição do presidente definitivo.
A escolha vem após Pedro Parente renunciar pela manhã ao cargo de presidente, em meio a uma forte pressão sobre sua política de preços para os combustíveis.
"Agora, para deixar de ser interino e virar permanente, precisa uma eleição pelo Conselho de Administração... com um nome que o presidente da República e o Ministério de Minas e Energia vão sugerir", disse uma fonte, na condição de anonimato.
A fonte da empresa apontou que há um entendimento na cúpula da Petrobras de que a permanência de Monteiro como presidente definitivo faria bem à estatal, por dar continuidade ao que estava sendo feito. Mas adicionou que ainda não existe qualquer definição de Brasília a esse respeito.
"É bom que seja um nome de dentro, que está por dentro de tudo que está acontecendo, todas as discussões. O nome do Ivan é um nome excelente... é uma pessoa técnica, que quer o bem da empresa, muito competente e está por dentro dos problemas", disse.
A fonte ressaltou, no entanto, que Monteiro aceitou o desafio com a ressalva de que pretende ter assegurada a mesma independência para tocar a companhia garantida antes a Pedro Parente.
Em sua carta de demissão, divulgada nesta sexta-feira, Parente disse que não houve interferência governamental em seu período no comando da petroleira.
No documento, no entanto, Parente apontou que não queria ser "um empecilho" para a discussão de alternativas políticas pelo governo.
Segundo a fonte, chegou a haver pressão da Brasília sobre a política de preços da Petrobras, mas até o momento a estatal conseguiu garantir que o governo bancará o custo das medidas para redução dos preços, como a mudança na frequência dos reajustes.
"Está todo mundo dizendo que a política (de preços da Petrobras) acabou, que mudou, mas todo esse malabarismo que está acontecendo é para manter a Petrobras no seu caminho. O mais fácil era alguém ligar de Brasília dizendo 'abaixa o preço'. E não foi isso que foi feito", argumentou.
O programa federal de subvenção ao diesel, cujas regras foram publicadas nesta semana, estabelece que governo pagará a Petrobras "em espécie" pelos custos com as mudanças nos reajustes para o combustível.