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Conselho da Vale adia decisão sobre comando da empresa em busca de consenso

Conselheiros já marcaram para a próxima semana uma nova reunião extraordinária para tratar do tema; desempenho do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, foi discutido nesta sexta-feira

2 fev 2024 - 20h05
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RIO - A saga que se tornou a sucessão do comando da Vale segue indefinida. Nesta sexta-feira, 2, o conselho de administração da empresa passou o dia reunido para debater o desempenho e o perfil do atual presidente, Eduardo Bartolomeo. Sem uma definição, os conselheiros já marcaram para a próxima semana uma nova reunião extraordinária.

Em um relatório de 30 páginas apresentado aos conselheiros, a falta de interlocução com o governo e as comunidades foi o que mais pesou contra o executivo. Já os avanços em segurança e produção foram reconhecidos.

Os defensores de Bartolomeo, porém, frisam que o executivo já vem sanando a falha de comunicação com o governo e veem a recondução imediata, sem elaboração de lista tríplice, como a opção mais saudável para a companhia.

Outra alternativa que ganhou força nessa reta final de negociações é o fim do contrato de três anos. Sua gestão passaria a ser avaliada constantemente e não apenas antes da renovação do acordo.

Conselho de Administração da Vale tem 13 membros, sendo oito conselheiros independentes e cinco indicados
Conselho de Administração da Vale tem 13 membros, sendo oito conselheiros independentes e cinco indicados
Foto: Fabio Motta/Estadão / Estadão

"Não fazer a recondução imediata seria como dar o braço a torcer para o governo, legitimaria a ingerência", disse um conselheiro. De acordo com pessoas a par das discussões, o presidente Lula teria trabalhado não apenas para emplacar Guido Mantega como CEO da mineradora, mas também para tirar Bartolomeo do posto, de uma forma ou de outra.

Apesar da guinada de Bartolomeo, que nos últimos meses se aproximou de autoridades e projetos do governo, o executivo ainda é alvo de desconfiança de aliados de Lula. Um dos motivos é que o executivo foi escolhido em 2019 e reeleito em 2021, ou seja, durante o governo Bolsonaro.

Após a eleição de Lula, Bartolomeo não teria tido o tato e a cortesia de procurar o presidente, o que seria desejável tendo em vista que as atividades da Vale perpassam projetos e autorizações públicos.

Além disso, Bartolomeo conseguiu antecipar concessões ferroviárias na gestão do ex-presidente. A operação rendeu uma cobrança de R$ 25,7 bilhões pelo Ministério dos Transportes, anunciada no fim da semana passada. Para críticos de Bartolomeo, a cobrança poderia ter sido evitada se o executivo tivesse se aproximado de Renan Filho, titular da pasta.

O Conselho de Administração da Vale tem 13 membros, sendo oito conselheiros independentes e cinco indicados, dos quais quatro ligados a grandes acionistas e um representante dos trabalhadores. Desses quatro indicados, a Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, tem dois. A entidade tem se posicionado de forma crítica a Bolsonaro e, conforme fontes, conseguiria atrair o voto do representante dos trabalhadores, André Viana Madeira.

De qualquer maneira, os conselheiros preferem chegar a um consenso em vez de fazer uma votação, de acordo com uma pessoa próxima ao colegiado. Nas negociações, podem entrar termos e condições novas. A Política de Sucessão do Presidente estabelece que "caso a deliberação do conselho de administração seja pela manutenção do presidente em exercício, a consequente renovação do seu prazo de gestão e de contrato será realizada em comum acordo com o mesmo".

Dessa maneira, o conselho pode moldar um novo contrato, que poderia trazer metas ou métricas diferentes para avaliar o CEO, revisão de valores e tempo de gestão.

Estadão
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