Consumidor 50+ tem dinheiro, mas faltam produtos para ele
A chamada Economia Prateada movimenta R$ 1,7 trilhão por ano no Brasil, mas falta produto para ela
As cifras são impressionantes: R$ 1,7 trilhão por ano só no Brasil. É isso o que movimenta a chamada Economia Prateada (Silver Economy), um mercado formado por pessoas com 50 anos ou mais, que já conta com 54 milhões de brasileiros.
As estimativas são otimistas e indicam que esse mercado vai movimentar R$ 3 trilhões nos próximos anos. Para efeito de comparação, esse mercado já movimenta US$ 3,4 trilhões anuais somente nos Estados Unidos. E é por isso que diversos servilos voltados especialmente para esse segmento já estão sendo criados no Brasil.
“Os fundos de investimentos ainda não colocaram os olhos na Silver Economy, mas isso mudará no curto prazo”, diz Cristián Sepúlveda, CEO da Silver Hub, aceleradora e especializada no mercado de longevidade, que participa diretamente do desenvolvimento de startups.
A população está envelhecendo
Seguindo na mesma linha de pensamento, o sócio-diretor da corretora Segasp, César Tadeu Carloni, que tem mais de 40 anos no negócio de seguros, identifica o potencial de crescimento do segmento da longevidade. Para ele, o mercado está em crescimento, a população está envelhecendo, o público sênior sabe o que quer e não vai comprar ou se servir de qualquer coisa.
“O maduro se permite a falar não a agir, sem reservas e isso aumenta o desafio. É diferente do público jovem, que necessita de autoafirmação e de aceitação do meio”, diz César.
Com o avanço da tecnologia e da medicina, é natural que homens e mukheres vivam mais, o que reforça uma verdadeira dirsuptura da sociedade contemporânea.
“Pensar que há uns 30 anos, um cidadão de 50 anos era considerado ‘velho’; hoje essa é uma realidade bem diferente, e em 10 anos será ainda mais. Hoje a população de seniores é ativa e consumidora de diferentes serviços. E isso tende a aumentar ainda mais”, acredita Patrícia Siequeroli, diretora de seguros gerais da Mapfre.
“O importante é envelhecer com saúde e tendo a oportunidade de viver e curtir cada fase da vida. O emocional conta muito nesse processo e se há oportunidades disponíveis para que isso seja trabalhado, facilita que o ‘viver bem’ seja cada vez mais prolongado. O empreendedorismo favorece a criação de novas ideias, novos projetos, produtos e serviços que estimulem o ‘viver bem’ nessa fase da vida”, completa Patrícia.
Consumidor 50+ quer produtos feitos para ele
“A população 50+ é ativa e consumidora de diferentes serviços e já exige soluções específicas de saúde, entretenimento, educação, esportes, entre outras, em busca de uma melhor qualidade de vida”, opina o diretor comercial da Think IT, Marcelo de Souza Barradas. “O número de consumidores é crescente e com maior poder aquisitivo, no entanto, o mercado brasileiro está em um estágio inicial, ainda carente e muito pouco explorado.”
“O etarismo afeta o desenvolvimento do mercado”, diz o cofundador da Silver Hub e ex-CEO da Mapfre Seguros, Marcos Eduardo Ferreira. “As empresas ainda não entenderam a grande transformação. As pesquisas apontam que, na opinião do público sênior, os serviços não estão desenhados para atender às suas necessidades. Seja porque os produtos ainda não tenham sido adaptados, ou desenvolvidos para a expectativa dos 50+, ou porque o processo de comunicação da indústria com este público ainda não esteja alinhado.”
Apesar desse cenário, já existem sim algumas startups voltadas especificaente para o público mais maduro:
- • Maturi conecta pessoas acima de 50 anos a oportunidades de trabalho, networking, desenvolvimento pessoal e profissional;
- • Tech Balance ajuda a prevenir fragilidades motoras através de telefisioterapia;
- • IS Game desenvolveu o Programa Cérebro Ativo para promover a qualidade de vida e a saúde mental de pessoas com 50 anos ou mais;
- • Vida60mais é um marketplace de produtos e serviços voltados para os seniores;
- • Homens de Prata é uma plataforma de comunicação;
- • Yolex atua como um clube de conhecimento;
- • Truvio é uma plataforma que ajuda a prevenir doenças crônicas.