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Consumidores dos EUA enfrentarão preços mais altos e menos opções com tarifas de Trump sobre automóveis

28 mar 2025 - 10h57
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As montadoras podem lidar com as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as importações de automóveis de várias maneiras, mas todas levam a preços mais altos, menos opções de modelos ou limites de recursos para os consumidores, disseram especialistas do setor.

Trump anunciou tarifas de 25% sobre automóveis e autopeças na quarta-feira, fazendo com que as ações das montadoras caíssem e levantando temores de perda de empregos em grandes países exportadores de automóveis.

Ele diz que as taxas acabarão por impulsionar a produção nos EUA, mas analistas dizem que o efeito imediato será sobre as escolhas das montadoras que atingirão o bolso dos consumidores.

"A maioria dos fabricantes de automóveis não pode digerir 25%", disse Andy Palmer, ex-presidente-executivo da Aston Martin. "Isso significa que as montadoras repassarão o máximo que puderem do custo das tarifas", inclusive removendo recursos para reduzir seus custos e aumentando os preços.

As montadoras podem distribuir esse custo entre os modelos produzidos nos EUA e os importados, reduzir os recursos e, em alguns casos, parar de vender modelos acessíveis destinados a novos compradores, já que muitos deles são importados e menos atraentes se tiverem um preço mais alto.

As mudanças podem fazer com que mais norte-americanos fiquem fora do mercado.

A S&P Global Mobility estimou na quinta-feira que as tarifas farão com que as vendas anuais de veículos nos EUA caiam de 16 milhões em 2024 para uma faixa de 14,5 milhões a 15 milhões nos próximos anos.

A Cox Automotive estima que as tarifas acrescentarão US$3.000 ao custo de um veículo fabricado nos EUA e US$6.000 aos veículos fabricados no Canadá ou no México sem isenções.

Embora marcas de luxo, como a Bentley ou a Ferrari, digam que repassarão os custos, as margens típicas das grandes montadoras, de 6% a 8%, deixam pouca margem de manobra.

"Os fabricantes de automóveis sabem que têm certos veículos em seu portfólio que podem tolerar margens de lucro menores", disse Erin Keating, analista da Cox. "Alguns veículos podem se mostrar caros demais, e a maioria deles são modelos acessíveis fabricados fora dos EUA."

Atualmente, as concessionárias dos EUA têm muitos estoques - cerca de 90 dias - mas os preços podem começar a subir depois disso. Nas últimas semanas, Eric Mann, gerente de vendas da concessionária Szott M-59 Jeep em White Lake, no Estado de Michigan, notou mais clientes comprando por medo de preços mais altos.

Já as fabricantes de automóveis europeias e asiáticas, privadas do maior mercado importador de automóveis, podem cortar a produção. Se as montadoras pararem de enviar um modelo para os EUA, isso se traduzirá em menor produção nessas fábricas.

Volumes menores significam custos mais altos por veículo, "que, em última análise, serão repassados aos consumidores" nesses mercados, disse Palmer.

Algumas empresas que vendem carros fabricados nos EUA com uma alta porcentagem de peças isentas de tarifas poderiam aumentar os preços para elevar os lucros, mas ainda assim mantê-los baixos o suficiente para conquistar a participação de mercado dos rivais afetados pelas tarifas.

No longo prazo, as principais montadoras teriam que decidir se querem suportar as tarifas apostando que elas não durarão ou se passarão de dois a três anos mudando a produção e as cadeias de suprimentos sob a expectativa de que as tarifas durarão além da Presidência de Trump, disse Mark Wakefield, da consultoria AlixPartners.

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