Consumo de carne bovina atinge menor nível em 30 anos na Argentina
Inflação vem corroendo o poder de compra dos argentinos; nos últimos 12 meses, a alta foi de 287,9%
Com a inflação corroendo o poder de compra dos argentinos, o consumo de carne caiu 18,5% no último ano, o que fez o indicador atingir seu menor nível das últimas três décadas. Em março, a inflação do País avançou 11%. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 287,9%.
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Em entrevista a TV Globo, um comerciante local demonstrou preocupação com a baixa procura nos açougues. Pelo relato, a crise econômica está fazendo os argentinos a "abdicarem" de um de seus mais tradicionais símbolos: o churrasco.
"Estamos vendendo muito pouco. Muito pouco em comparação com antes", disse ao lembrar que vendia para 20 a 30 pessoas por dia antes da crise e atualmente vende para seis.
O açougueiro conta que não tem como explicar para os clientes que é obrigado a subir os preços. Ele ressalta que o quilo do rosbife custa 8,3 mil pesos, enquanto um empregado ganha entre 200 mil e 230 mil.
Ao assumir a Presidência da Argentina, Javier Milei implementou medidas duras para combater a inflação. O consumo de carne bovina, no entanto, já estava em declínio na dieta dos argentinos mesmo antes de Milei assumir o País.
Em 2021 atingiu a menor média desde 1920, com 47,8 quilos por habitante, segundo dados da Bolsa de Comércio de Rosário (BCR). A média histórica de consumo foi de 73,4 quilos por habitante por ano entre 1914 e 2021.