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Contas do governo têm déficit de R$ 38,8 bi em junho; resultado do 1º semestre é o pior desde 2020

No acumulado do ano até junho, governo registrou déficit de R$ 68,7 bilhões; estimativa para as contas deste ano é de um resultado deficitário de R$ 28,8 bilhões

26 jul 2024 - 16h58
(atualizado às 17h28)
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Governo teve grandes déficits em maio e junho
Governo teve grandes déficits em maio e junho
Foto: Fábio Motta / Estadão / Estadão

BRASÍLIA - As contas do governo central registraram déficit primário em junho. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 38,836 bilhões. O resultado sucedeu o déficit de R$ 60,983 bilhões em maio.

O saldo, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, foi o pior desempenho em termos reais para o mês desde 2023 — a série histórica do Tesouro foi iniciada em 1997. Em junho de 2023, o resultado havia sido negativo em R$ 45,223 bilhões, em valores nominais.

O déficit do mês passado veio acima das expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um resultado negativo de R$ 37,70 bilhões, de acordo com levantamento do Estadão/Broadcast. O dado de junho ficou no intervalo das estimativas, todas de déficit, que variavam de R$ 60,20 bilhões a R$ 20,030 bilhões.

No acumulado do ano até junho, o governo central registrou déficit de R$ 68,698 bilhões, o pior resultado desde 2020. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 42,509 bilhões, em termos nominais.

Em junho, as receitas tiveram alta real de 8,2% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre do ano, houve alta real de 8,5%. Já as despesas subiram 0,3% em junho, já descontada a inflação. No acumulado destes seis meses, a variação foi positiva em 10,5%.

Em 12 meses até junho, o governo central apresenta déficit de R$ 260,7 bilhões, equivalente a 2,29% do PIB. Desde janeiro de 2024, o Tesouro passou a informar a relação entre o volume de despesas sobre o PIB, uma vez que o arcabouço fiscal busca a estabilização dos gastos públicos.

No acumulado dos últimos 12 meses até junho, as despesas obrigatórias somaram 18,5% em relação ao PIB, enquanto as discricionárias do Executivo alcançaram 1,8% em relação ao PIB no mesmo período.

Para 2024, o governo persegue duas metas. Uma é a de resultado primário, que deve ser neutro (0% do PIB), permitindo uma variação de 0,25 ponto porcentual para mais ou menos, conforme estabelecido no arcabouço. O limite seria um déficit de até R$ 28,8 bilhões. A outra é de limite de despesas, que é fixo em R$ 2,089 trilhões neste ano.

No último Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado em julho, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 28,8 bilhões nas contas deste ano, equivalentes a 0,25% do PIB.

Estadão
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