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Cotado para relator, Vinicius Poit usa redes para defender Previdência

Deputado do Novo de São Paulo disputa indicação para assumira relatoria da comissão especial na Câmara

5 abr 2019 - 04h10
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BRASÍLIA - Personagem frequente na defesa da reforma da Previdência no campo de batalha preferido do presidente Jair Bolsonaro - as redes sociais -, o deputado Vinicius Poit (Novo-SP) desponta como um dos cotados para a relatoria da proposta na comissão especial e já trabalha em sintonia com a equipe econômica para desfazer as "fake news" propagadas sobre a reforma. Para ele, é preciso "construir pontes" na relação com os parlamentares e entre o governo e o Congresso Nacional.

"Tem que ter diálogo do Executivo com o Legislativo", defende Poit. Para ele, outro ponto-chave para conseguir aprovar a reforma da Previdência é a comunicação com a população, sobretudo por meio das redes.

Poit diz que vai batalhar pela aprovação da reforma.
Poit diz que vai batalhar pela aprovação da reforma.
Foto: Divulgação/Facebook Vinicius Poit / Estadão

O deputado do Novo é um dos principais nomes aventados para a relatoria, ao lado do deputado Eduardo Cury (PSDB-SP). Na visão de fontes da área econômica, Poit seria um bom relator pela facilidade com que se comunica em vídeos e por meio do Twitter - uma das principais redes usadas por Bolsonaro. Além disso, há a avaliação de que ele teria um bom desempenho "segurando a pressão" durante as negociações.

Poit teve recentemente um vídeo seu compartilhado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro no Twitter. É comum ver o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, também citando o deputado do Novo nas redes. Ele diz, porém, que ainda não há qualquer definição sobre quem será indicado ao posto.

O congressista afirma ainda que pretende continuar com os vídeos para ajudar na comunicação pela aprovação da reforma. Ele nega estar pregando para um público já "convertido", ou seja, que já apoia e entende a necessidade da proposta. Para Poit, suas explicações servem para ajudar quem tem dúvidas sobre o tema. "Sei que não estou falando só para convertidos porque recebo ataques também", diz ele, que tem mais de 31 mil seguidores no Twitter.

Embora favorável à reforma, ele reconhece que o texto deve mudar no Congresso. Mas ressalta que "o cobertor é curto" e que todo mundo precisará ceder, inclusive categorias de servidores que já armam um pesado lobby no Legislativo para barrar pontos que afetam as carreiras.

Militares

Poit reconhece ainda que o projeto dos militares, que aperta as regras de aposentadoria, mas concede aumentos em salários e reajustes em gratificações, não chegou no melhor "timing", pois contaminou as discussões sobre a necessidade de reformar a Previdência para garantir a sustentabilidade das contas.

Para gravar seus vídeos, Poit se consulta com técnicos da Câmara, do governo e com economistas de forma, como Paulo Tafner e Pedro Nery, especialistas no assunto e autores de um livro que fala da necessidade de reforma. "Estamos focando em uma solução. Temos de parar de falar de problema", afirma.

Poit tem 33 anos e era empreendedor antes de assumir o primeiro mandato eletivo. Em seu primeiro grande teste, lançou-se candidato a coordenador da bancada paulista na Câmara, uma das principais forças na Casa. Perdeu por apenas quatro votos, apesar de estreante. Com esse apoio, foi convidado a assumir a vice-coordenação.

Relator ou não da reforma da Previdência, ele diz que vai brigar pela aprovação e que não tem medo de isso comprometer suas chances de reeleição em 2022.

Estadão
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