Credit Suisse: o que está acontecendo com um dos maiores bancos do mundo e por que preocupa o mercado?
Outro ponto de preocupação, apontado por Saravalle, são nas operações de fundos imobiliários
Desde a última semana, surgiu rumores no mercado de que o segundo maior banco da Suíça, o Credit Suisse, não fosse conseguir arcar com compromissos financeiros.
Em meio a isso, embora o CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, tentasse acalmar o mercado, clientes e acionistas na defesa de que as posições de liquidez e de capital do banco estivesse saudáveis, parece que não ajudou.
O Credit Default Swaps (CDS) - que atua como um seguro contra risco de calote - disparou atingindo os maiores níveis da história, desde 2009. O CDS, na última sexta-feira (30), indicava que o mercado enxergava a probabilidade de inadimplência do banco em 21,1% nos próximos cinco anos.
O estrategista-chefe da SaraInvest, Marco Saravalle, explicou o motivo da preocupação para os investidores brasileiros: "São poucos investidores, mas com contas maiores, considerados Private Banking. Provavelmente tem uma diversificação de portfólio, mas estão bastantes preocupados", disse durante participação na programação ao vivo da BM&C News.
"Um banco não vai quebrar por conta de lucro ou prejuízo, ele vai quebrar por falta de credibilidade", acrescentou.
Outro ponto de preocupação, apontado por Saravalle, são nas operações dos fundos imobiliários. No Brasil, o Credit Suisse é controlador da CSHG, que viu aumentar a volatilidade das cotas dos FIIs que administra.
"Eu não venderia nenhum fundo imobiliário neste momento por conta desse risco. Pelo contrário, se tem alguém vendendo e se os fundos caírem por conta desse risco, acho que pode ser oportunidade de compra porque a gente não está associando ao risco Credit Suisse, neste momento", disse.
No entanto, para o estrategista, no exterior existe uma preocupação. "Provavelmente, as ações já estejam precificando um risco de liquidez, de insolvência muito grande, é só olhar pelo Preço/Valor Patrimonial (P/VPA) que já está sendo negociado muito baixo", disse.
Ainda, o especialista pontuou que não existe a possibilidade de uma crise como aconteceu em 2008, mas que a grande preocupação seria quem irá salvar o banco, caso precise de uma liquidez.
"O mercado já está precificando, talvez, uma parte, mas está longe do banco sofrer um ataque especulativo", destacou.
Por fim, Saravelle disse que o risco de insolvência é muito maior hoje do que há duas ou três semanas.
Confira a explicação de Marco Saravalle: