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Crise mudará situação geopolítica com impacto negativo para emergentes, diz Campos Neto

8 abr 2020 - 12h18
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira que a crise do coronavírus deve deixar o mundo em situação geopolítica "bastante diferente" do que havia no passado, o que pode causar preocupação em mercados emergentes.

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
07/04/2020
REUTERS/Adriano Machado
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto 07/04/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Ao participar de videoconferência com executivos do Credit Suisse, Campos Neto ressaltou que a cadeia global de valor já vinha sendo desafiada mesmo antes da pandemia, o que deve ganhar força daqui para frente.

"Primeira (implicação) é distanciamento maior do mundo desenvolvido para os países emergentes porque os países emergentes estão muito inseridos nessas cadeias globais de valor", disse ele, pontuando que nos últimos anos grande parte do crescimento dos emergentes foi guiado por especialização e inserção nas cadeias globais de valor.

"Segunda (implicação) é que se você tiver país desenvolvido tendo que voltar a produzir bens onde já ele não tinha vantagem comparativa, provavelmente a gente está numa situação de um crescimento estrutural mundial mais baixo por um tempo maior", acrescentou.

Campos Neto disse haver consenso de que, se essa crise perdurar um pouco mais, grande parte dos países vai convergir para estímulo fiscal de 6% a 7% do Produto Interno Bruto (PIB), o que é alto.

"A gente tem que ver como é que isso vai acontecer", afirmou.

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