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Crítica a glifosato é "lenda urbana" e proibição impactaria agricultura, diz Maggi

16 ago 2018 - 13h22
(atualizado às 13h31)
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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta quinta-feira que uma eventual proibição definitiva do uso de glifosato no Brasil seria um "desastre" para a agricultura do país, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, e que as críticas ao herbicida soam como "lenda urbana".

Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante coletiva de imprensa em Brasília, Distrito Federal
14/04/2018 REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante coletiva de imprensa em Brasília, Distrito Federal 14/04/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Em evento no Rio de Janeiro, ele disse que, apesar de estar preocupado, confia na cassação da decisão judicial proferida no início deste mês suspendendo o registro do glifosato, um agroquímico usado há décadas no mundo.

"O glifosato é que dá toda viabilidade de fazer plantio e seguir com as culturas. E a alternativa qual seria? Voltar à grade e ao arado, e isso não tem mais nas fazendas, e ainda seria um desastre ecológico muito grande...", disse Maggi, ele mesmo um empresário do setor rural, no intervalo de evento no Rio de Janeiro.

Ao realizar o controle de ervas daninhas, o glifosato também permite o chamado plantio direto, feito sobre matéria orgânica que fica no solo de uma safra para a outra. Essa prática agrícola também evita erosão.

"Isso (que dizem do glifosato) é lenda urbana. É um produto absolutamente seguro, usado há anos na agricultura e desde que me conheço por gente", acrescentou o ministro.

Pela decisão proferida no dia 3 de agosto, a Justiça determinou que a União suspenda, no prazo de 30 dias, o registro de todos os produtos que utilizam o glifosato e outras substâncias até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conclua os procedimentos de reavaliação toxicológica.

A decisão envolve companhias como a Monsanto, que comercializa, por exemplo, a soja transgênica resistente ao glifosato --plantada há anos em larga escala no Brasil, o maior exportador global da oleaginosa.

No Brasil também há autorizações para plantio de milho e algodão resistentes ao glifosato.

Se a decisão judicial for mantida, pode trazer problemas para produtores do Brasil que se preparam para o plantio da nova safra, cuja semeadura se dá a partir de setembro, para milho e soja.

Nesta semana, representantes do setor de defensivos agrícolas e autoridades foram unânimes em dizer que essa decisão não deve se sustentar.

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