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CS produz 52% menos açúcar no início da safra 19/20 por chuva e mix alcooleiro

25 abr 2019 - 11h40
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A produção de açúcar por usinas do centro-sul do Brasil desabou mais de 50 por cento na primeira quinzena de abril, diante de um mix mais alcooleiro e retração na moagem de cana por causa de chuvas, em um período marcado por problemas no abastecimento de etanol, disse nesta quinta-feira a associação da indústria Unica.

Colheita de cana-de-açúcar no Paraná
11/03/2006
REUTERS/Paulo Whitaker
Colheita de cana-de-açúcar no Paraná 11/03/2006 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Na primeira metade do mês, o que representa a primeira quinzena da safra 2019/20, foram produzidas apenas 340 mil toneladas de açúcar no maior polo canavieiro do mundo, queda de 52,3 por cento na comparação anual.

Conforme a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), o tombo reflete uma moagem de cana 38 por cento menor, de 13,9 milhões de toneladas, bem como uma alocação de 76,45 por cento da oferta de matéria-prima para o álcool, versus 68,65 por cento um ano antes.

"A programação de início de moagem na safra 2019/20 deveria seguir o padrão tradicional observado todos os anos. Mas as chuvas registradas no início de abril dificultaram tanto a colheita nas usinas que estavam em operação quanto o início de moagem em outras unidades, atrapalhando o cumprimento do cronograma previsto", afirmou o diretor técnico da entidade, Antonio de Padua Rodrigues, em nota.

Com efeito, a Unica esperava que até 15 de abril, 176 usinas estivessem em atividade, mas a quantidade era de 150, abaixo das 174 em igual data de 2018. Ao todo, 64 reprogramaram o início de suas operações para a segunda metade do mês.

Segundo Rodrigues, porém, as condições climáticas já voltaram à normalidade, e, atualmente, "a operacionalização da colheita é realizada normalmente no centro-sul".

ETANOL

Analistas de mercado disseram que as dificuldades de colheita enfrentadas neste início de safra contribuíram para a disparada do preço do etanol nas usinas em abril, justamente um mês em que as cotações começam a ceder devido à maior produção.

Com efeito, a fabricação de álcool no centro-sul na primeira quinzena de abril caiu 26,2 por cento, para 737 milhões de litros, sendo 74 milhões de anidro e 662 milhões de hidratado.

De acordo com a Unica, contudo, a despeito do atraso na moagem de cana, o estoque de passagem de etanol mantido pelos produtores do centro-sul se manteve em nível elevado, superando 700 milhões de litros no caso do hidratado e 600 milhões de litros de anidro no começo de abril.

Para Rodrigues, "eventuais problemas de abastecimento do renovável não ocorreram por falta de produto nas usinas, mas por problemas logísticos relacionados à retirada e à distribuição do renovável".

"É comum os distribuidores reduzirem seus estoques operacionais a partir do final de março quando o início de uma nova safra se aproxima e os preços usualmente começam a cair. Esse movimento aconteceu em 2019, porém o período mais chuvoso em abril pode ter provocado algum problema logístico pontual para uma ou outra distribuidora que não se preparou para essa condição", avaliou o executivo.

As vendas totais de etanol por usinas do centro-sul somaram 1,17 bilhão de litros, acima dos 939,10 milhões em igual quinzena de 2018. O volume considera anidro e hidratado, bem como mercados interno e externo.

Domesticamente, as vendas de hidratado dispararam 41,4 por cento, a 864,1 milhões de litros nos primeiros quinze dias de abril.

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