Cultura de CLT: Como superar o medo de empreender - vídeo
O que explica o medo de empreender ser tão recorrente no Brasil? Assista ao vídeo
A arcaica Cultura de CLT ensina que ter carteira assinada é a única e mais segura forma de ter renda. Felizmente, muita gente já pensa diferente. Benefícios, segurança e estabilidade. Esses são alguns dos principais motivos apontados por brasileiros que se recusam a pensar além da carteira de trabalho.
O Atlas dos Pequenos Negócios lançado pelo Sebrae indica que o número de trabalhadores autônomos subiu em mais de 5 milhões entre 2012 e 2021, enquanto microempresas totalizam hoje, cerca de R$ 420 bilhões em renda por ano.
É justamente nesse contexto que entram iniciativas empreendedoras como a Honest Market Brasil, franquia de minimercados que se baseia no sistema self-checkout, dispensando a presença de funcionários.
“Por mais que as pessoas pensem que empreender demanda ideias grandiosas e inovadoras, o que não é real, o nosso país também sofre com muitas instabilidades políticas e econômicas, dando força a este senso comum”, diz Ana Paula Moraes, co-fundadora do Honest Market Brasil, que hoje conta com mais de 100 franquias ao redor do país, majoritariamente em condomínios e prédios comerciais.
É preciso perder o medo de empreender
Colocar a mão na massa nem sempre é fácil, mas é a única forma de acabar com esse medo de empreender.
“A pessoa que deseja empreender precisa, em primeiro lugar, fazer uma análise de riscos. Esse raciocínio ajuda a entender até que ponto suas vidas e finanças podem ser impactadas. É preciso se perguntar ‘E se tudo der errado?’ e destrinchar os cenários possíveis para ter com mais clareza o impacto de cada decisão”, alerta Ana Paula.
Além disso, é preciso ter cabeça boa para encarar os dias ruins ― que inevitavelmente virão.
“Dar o primeiro passo não significa que as coisas vão se concretizar. Os clientes nem sempre vão achar tudo perfeito e nem sempre serão dias de glória. Para ser um bom empreendedor, é necessário enxergar as derrotas como aprendizado e oportunidade de melhoria. O mercado procura pessoas que fazem o básico, bem feito”, diz ela.
Para que essa mentalidade mude, é preciso superar a ideia difundida desde a escola de que o regime CLT é a única saída, afina, falta ensino de educação financeira básica na escola brasileira.
“Os jovens precisam se aproximar da ideia de que empreender não é um bicho de sete cabeças. A multidisciplinaridade profissional e a gestão de uma companhia deve ser apresentada como uma possibilidade desde cedo”, defende.