CVM vai apurar se Eike incentivou compra de ações
Eike usou sua conta pessoal no Twitter para pedir paciência aos investidores que o seguiam, além de traçar um cenário positivo para a empresa ao mesmo tempo em que comercializava as ações
A OGX afirmou que não houve uso de informações privilegiadas por parte de Eike, que o empresário manteve o controle da petrolífera e que poucas vendas foram efetuadas para atender compromissos com credores. A companhia ainda disse que Eike fez aquisições de ações durante o período de crise mostrando confiança e apoio na empresa.
No dia 9 de outubro deste ano, o Jornal do Brasil denunciou as possíveis manobras de Eike
Conforme publicado em outubro pelo JB, em um vídeo, Eike Batista chega a dizer que a OGX detinha US$ 1 trilhão em valor de petróleo em águas rasas. "Ele nunca fez estimativas e prospecções, sempre falava como uma certeza incontestável. Todo mundo foi acreditando até chegar em um ponto em que não conseguíamos nem desinvestir. Quem ia querer comprar ações de uma empresa que caía 30%, 40% por dia?", conta Maurício Narras, programador e acionista da OGX.
"Nós (os acionistas) nos reunimos com regularidade para analisar a situação da empresa e por algumas vezes constatamos que os resultados estavam bem abaixo do prometido, mas acreditamos ser uma falha técnica nos testes de engenharia, eles acontecem", explica Eduardo Mascarenhas, engenheiro e acionista minoritário da OGX. "Mas quando anunciaram a desistência do campo de Tubarão Azul, foi um absurdo. Como um poço que prometia ser um dos maiores do mundo passa a ser nulo?”, pergunta Mascarenhas.
O economista Aurélio Valporto, outro acionista da empresa, revelou em outubro ao Jornal do Brasil que havia indícios de fraude também por parte dos diretores da OGX. "As informações faziam parecer que o investimento era muito seguro. Numa entrevista foi perguntado a Eike o que precisava ser feito para que os brasileiros enxergassem como as ações estavam baratas e promissoras. Hoje em dia, é mais claro perceber como tudo aquilo era combinado", diz Aurélio. Segundo ele, a CVM, que é responsável por regular os mercados de bolsa, e a BM&FBovespa, Bolsa de Valores de São Paulo, também serão processados porque foram negligentes em relação à OGX, faltando rigor na inspeção das informações divulgadas pela empresa.
Com informações do Jornal do Brasil