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Decisão dos EUA impede pagamento da dívida, diz Argentina

19 jun 2014 - 00h46
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O governo argentino advertiu nesta quarta-feira que uma nova decisão da Justiça dos Estados Unidos favorável aos fundos especulativos credores da Argentina impossibilita o pagamento da dívida reestruturada no final de junho, conforme estava previsto.

O Ministério da Economia argentino lamentou em comunicado a decisão tomada nesta quarta-feira pela Câmara de Apelações de Nova York, que deixou sem efeito uma medida cautelar que mantinha suspensa a execução da sentença de Thomas Griesa, o juiz que decidiu a favor dos fundos no julgamento contra a Argentina.

Uma reviravolta que, na prática, abre a porta para a execução dos pagamentos aos fundos especulativos denunciantes.

Essa decisão "impede que a Argentina efetue no próximo dia 30 o pagamento dos cupons de dívida, em conformidade com os seus credores reestruturados, a menos que, simultaneamente, pague a totalidade do reclamado pelos fundos abutres". Para o Ministério da Economia argentino, esse valor poderia chegar a US$ 15 bilhões.

"A anulação da medida cautelar impossibilita o pagamento em Nova York do próximo vencimento da dívida reestruturada e evidencia a inexistência de vontade de negociação em condições distintas às obtidas na sentença ditada pelo Juiz Griesa", acrescentou.

O anúncio da Corte de Apelações de Nova York aconteceu pouco antes de uma representação argentina se reunir com o juiz Thomas Griesa, que marcou para a semana que vem um novo encontro entre a Argentina e os fundos especulativos, no qual Buenos Aires deverá apresentar uma proposta de negociação para sanar sua dívida.

A Suprema Corte americana rejeitou na segunda-feira um recurso da Argentina e estipulou definitivamente a sentença do juiz nova-iorquino Thomas Griesa, que obriga o país sul-americano a pagar aos fundos especulativos os bônus em moratória por US$ 1,3 bilhões, uma dívida que, incluídos os juros, chega a US$ 1,5 bilhões.

Os fundos denunciantes rejeitaram entrar nos swaps de dívida lançados pela Argentina em 2005 e 2010, que obtiveram 92% de adesão dos credores, mas que incluem cortes significativos nos montantes originais.

EFE   
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