Onda de calor faz demanda de energia bater recorde e superar os 100 mil MW pela primeira vez
Segundo dados do ONS, regiões Sudeste e Centro-Oeste também alcançaram a máxima história
A onda de calor que afeta o Sudeste e Centro-Oeste do Brasil provocou um recorde de demanda de energia elétrica na segunda-feira, 13. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), às 14h17 minutos a carga (demanda) atingiu o pico de 100.955 megawatts (MW) médios.
No Sudeste e Centro-Oeste, o recorde ocorreu às 15h30, quando as duas regiões demandaram 60.735 MW médios. A maior marca até então para o subsistema era de 57.791 MW, registrada às 14h30 de 26 de setembro de 2023.
Segundo o Operador, foi a primeira vez na história do sistema interligado que a carga superou a marca de 100 mil MW. O recorde anterior era de 97.659 MW, medido em 26 de setembro deste ano.
"A principal razão para este comportamento da carga é a significativa elevação de temperatura verificada em grande parte do Brasil", disse o operador em nota à imprensa.
Em todo o dia, a carga média do País ficou em 89.021 MW médios, alta de 16% em relação ao domingo (dia em que normalmente a demanda é menor). No mesmo dia da semana anterior, a demanda havia sido de 76.194 MW médios - 14% menor que a registrada ontem.
No Sudeste e Centro-Oeste, a diferença de demanda em uma semana foi superior a 10 mil MW médios. Enquanto ontem, a carga ficou em 52.563 MW médios, na segunda anterior foi de 42.515.
"Com o aumento das temperaturas, os aparelhos de refrigeração consomem mais energia para entregar a mesma eficiência, o que, por sua vez, reflete na elevação do valor da conta de energia. No calor, geladeira, freezer e ar-condicionado, por exemplo, são aparelhos que exigem mais para rejeitar o calor do ambiente e atingir a temperatura interna programada", explica o gestor da EDP, Adilson Herzog.
Geração
No momento em que foi registrado o recorde, 61,1% do atendimento à carga era feito por meio de geração hidrelétrica, com 61.649 MW. A geração térmica era responsável por 10,5%, com 10.628 MW. A fonte eólica gerava 9.284 MW, o correspondente a 9,2% da carga instantânea.
Da fonte solar, 8.505 MW eram provenientes de usinas de grande porte (geração centralizada), com 8,4%, enquanto outros 10.898 MW, ou 10,8%, eram gerados por pequenos sistemas, mais conhecidos como micro e mini geração distribuída (GD).