Demanda global por GNL tem primeira contração em 8 anos, diz Wood Mackenzie
A demanda global por gás natural liquefeito (GNL) deve cair em 3 milhões de toneladas, ou 2,7%, durante o verão no hemisfério norte, o que seria a primeira retração sazonal desde 2012, disse a consultoria Wood Mackenzie nesta terça-feira.
A projeção de queda vem em momento em que o crescimento da demanda pelo combustível é impactado por medidas de isolamento e por perspectivas econômicas negativas depois da pandemia de coronavírus, disse a empresa em nota.
"A Covid-19 irá levar a uma contração global nas entregas de GNL ao longo do verão de 2020 quando na comparação com o ano anterior", afirmou o diretor de análise da Wood Mackenzie, Robert Sims.
A demanda de inverno em 2020/21 poderia mostrar uma melhora de 5 milhões de toneladas na comparação com ano passado, embora isso seja abaixo da expansão de 15 milhões de toneladas vista no ano anterior.
Isso pode envolver um risco de queda nos preços na Ásia caso compradores decidam adiar carregamentos do verão para o inverno, disse Sims.
Os preços spot do GNL na Ásia estão em mínimas recorde, abaixo de 2 dólares por milhão de unidades térmicas (btu), devido ao excesso de oferta e à queda na demanda.
"Em geral, o retorno a um crescimento mais forte não é esperado antes de meados de 2021", disse Sims.
No Japão, maior importador de GNL do mundo, a demanda deve cair 3% no trimestre entre abril e junho, quando na comparação anual, segundo a consultoria.
Na Índia, a demanda deve cair 24% no segundo trimestre, após três meses de quarentena.
Na China, segundo maior importador global, o consumo de GNL deve crescer em 12%, para 15 milhões de toneladas no segundo trimestre, embora a recuperação da demanda no setor de eletricidade local enfrente incertezas macroeconômicas e competição de usinas a carvão.