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Demissão humanizada: comunicação torna processo menos traumático

Por mais difícil que seja dispensar um colaborador, é importante que processo seja franco e transparente

11 mai 2023 - 10h50
(atualizado às 13h43)
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Foto: Freepik

Quem já sofreu uma demissão sabe que o processo é inerentemente penoso. A ideia de se ver sem uma fonte de renda e a sensação de insuficiência podem ter uma influência negativa muito forte no psicológico do colaborador. Diante disso, o mercado tem discutido formas de reduzir o potencial traumático dos desligamentos, garantindo ainda que as empresas mantenham sua reputação como marca empregadora. 

Para o escritor Uranio Bonoldi, especialista em carreira e tomada de decisão e autor de livros como “A Contrapartida” e de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, a chamada demissão humanizada só é possível enquanto houver uma comunicação clara e respeitosa da empresa com os profissionais.

“Acredito que a transparência é fundamental quando há demissões. Os líderes devem reportar aos seus colaboradores, de forma franca e honesta, o que está levando àquele desligamento, sem nunca perder a sensibilidade”, diz ele.

Até reunião online pode ser uma boa ideia

Bonoldi defende que gestores não podem se eximir da responsabilidade de se comunicar com os colaboradores. 

“Marque uma reunião, mesmo que seja online. Converse abertamente, avaliando tanto o desempenho do trabalhador quanto da empresa. Comunique o desligamento sabendo que do outro lado há uma pessoa que precisará arcar com as consequências da demissão”, opina.

O escritor pondera que a discussão sobre o tema tem ocorrido por conta de casos em que as empresas informam sobre os desligamentos por meio de emails ou mensagens, conversas informais, ou até mesmo retirando o acesso do profissional aos sistemas da empresa sem aviso prévio. 

“Quando as empresas tratam os colaboradores como algo descartável, a discussão sobre demissão humanizada se faz necessária. Mesmo em casos de desligamentos em massa precisam de atenção e tato no processo. Quanto mais alinhada à verdade forem os motivos alegados das demissões, quanto mais direta e clara for a comunicação, melhor”, pontua.

Exageros que devem ser evitados

Algumas empresas, na tentativa de humanizar os desligamentos, podem oferecer alguns benefícios para o colaborador, de forma a compensar pela perda do emprego e até auxiliar na recolocação no mercado de trabalho. Outras chegam até mesmo a oferecer cestas com presentes, numa tentativa de tornar a demissão mais calorosa. 

“Há casos e casos, cada empresa tem um perfil e para algumas isso pode funcionar. Depende também do colaborador. Alguns podem considerar ofensiva uma cesta na demissão; outros, não. De qualquer forma, o importante é que a empresa conheça o trabalhador, entenda como pode atendê-lo nesse momento delicado, e dentro de suas possibilidades oferecer aquilo que for mais viável”, analisa Bonoldi.

Segundo o escritor, é preciso considerar que, salvo exceções, o desligamento tende mesmo a ser uma etapa triste na vida do profissional, e a demissão humanizada só consegue atenuar os aspectos negativos. 

“Afinal, as relações de trabalho são consideravelmente intensas, as pessoas dedicam muitas horas de seu dia para as empresas, e dependem dos empregos para viver de forma digna. É compreensível, portanto, que uma demissão gere insegurança, medo e até certo ressentimento. O que as instituições podem fazer é cumprir com seu papel e tratar os colaboradores sempre com respeito e dignidade, tornando os desligamentos mais justos”, finaliza.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da COMPASSO, agência de conteúdo e conexão.

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