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Demissões em TI: o que fazer para não ser o 1º da fila?

O que o pessoal de TI deve fazer para não serem os primeiros da lista de layoffs?

7 abr 2023 - 06h10
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Wesley Willians defende que saber programar não é mais o suficiente em um mercado cada vez mais exigente
Wesley Willians defende que saber programar não é mais o suficiente em um mercado cada vez mais exigente
Foto: Divulgação

O setor de tecnologia parecia ser um dos poucos segmentos que vivia livre das instabilidades econômicas em todo o mundo. Graças a sua importância nos tempos atuais, era raro encontrar algum tipo de agitação negativa em torno do setor. No entanto, 2022 acabou alterando esse cenário e o que se vê desde então é uma enxurrada de demissões nas corporações como uma resposta para as incertezas econômicas globais. 

Para se ter uma ideia, segundo o site de rastreamento Layoffs.fyi, mais de 150 mil funcionários do meio de tecnologia foram demitidos nos últimos tempos. Em 2023, quase 76 mil cargos já foram extintos. No Brasil, de acordo com os dados da plataforma Layoffs Brasil, o número de desligamentos gira em torno de 35 mil desde o início da temporada de layoffs no ano passado.

Diante desse cenário, hoje a maioria das empresas de tecnologia e inovação está atuando com uma quantidade de desenvolvedores até mesmo menor do que a sua demanda operacional. Também, as habilidades exigidas desses profissionais se modificaram, tornando necessário uma adaptação por parte deles. 

Se antes era possível que atuasse de forma quase exclusiva a uma das funções do fluxo de desenvolvimento, hoje esse panorama já é visto como algo inviável e impraticável.

É preciso ter habilidades diferentes

Com equipes cada vez menores, se tornou imprescindível que os devs conheçam e participem do ciclo completo de desenvolvimento e entrega de soluções. Prova disso é que as funções que antes dependiam ou correspondiam ao aval de arquitetos de software, hoje passaram a ser responsabilidade também do próprio programador, que possui mais autonomia para tomar decisões importantes e precisou agregar esse conhecimento ao seu repertório profissional.

Logo, como o mercado espera que os desenvolvedores entreguem soluções de qualidade, habilidades como a capacidade de desenvolver testes automatizados, monitorar e realizar implantações, são também requisitos exigidos pelas corporações, sobretudo após as recentes transformações na área.

Hora de se atualizar

Diante de um claro panorama de modificações no setor, surge a necessidade do desenvolvedor se atualizar a essa nova realidade para evitar ao máximo que seja o primeiro da lista nos cortes. Se a área de desenvolvimento por si só já demanda uma especialização recorrente, principalmente por conta das novidades e atualizações em suas ferramentas e metodologias, o mercado agora passa a impor essa condição com ainda mais afinco, de modo a pleitear colaboradores ainda mais completos e capacitados. 

Dessa forma, o profissional que não buscar se qualificar, seja por meio de cursos, livros ou a própria internet, para suprir esse gap técnico e estimular novas inteligências e entendimentos relevantes, encontrará problemas para se manter como um perfil diferenciado dentro de um mercado ainda mais competitivo. 

Por outro lado, vale dizer que essa demanda não é algo exclusivo para os desenvolvedores que acabaram sendo desligados na onda de layoffs - que abate o mercado desde o ano passado. Mesmo os “sobreviventes”, que conseguiram manter o emprego graças aos seus diferenciais técnicos, de comunicação e relacionamento, precisam estar atentos a essa premissa e se atualizar constantemente. 

Afinal, é sempre importante ressaltar que não existem devs totalmente à prova de layoff. Todavia é possível minimizar o risco e, para isso, investir em conhecimento é essencial. Até porque somente saber programar não é mais o suficiente em um mercado cada vez mais exigente.

(*) Wesley Willians é CEO e fundador da Full Cycle e School of Net. O especialista em tecnologia para desenvolvedores é uma das principais referências no setor de educação tech no Brasil. Premiado como um dos 100 líderes em educação pelo "Fórum Global de Educação e Aprendizado", recentemente foi eleito MVP da Microsoft em Developer Technologies.

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