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Derrota marca fim de 'boom' econômico, diz Financial Times

Texto é assinado pelo mesmo jornalista que escreveu o artigo "Por que o Brasil já ganhou", no qual dizia que esta era a melhor Copa dos últimos tempos

9 jul 2014 - 09h47
(atualizado às 12h02)
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Maicon, Júlio César e David Luiz lamentam o sexto gol da Alemanha
Maicon, Júlio César e David Luiz lamentam o sexto gol da Alemanha
Foto: Marcos Brindicci / Reuters

Em um artigo de capa no jornal britânico Financial Times, o jornalista Simon Kuper diz que a derrota para a Alemanha representa um "fim apropriado" para os longos anos de boom econômico do Brasil e sela o fim do "jogo bonito".

O artigo é assinado pelo jornalista que escreveu, na semana passada, o texto "Por que o Brasil já ganhou", no qual dizia que esta era a melhor Copa dos últimos tempos e fazia elogios ao povo brasileiro.

Para Kuper, que faz apenas uma breve menção à economia, o "responsável" pela humilhante derrota contra a Alemanha foi a forma "ultrapassada" como o Brasil joga futebol - e o caminho a seguir é adotar o estilo do algoz, passar a jogar o jogo rápido dos alemães.

"A expressão 'jogo bonito' pode ser descartada junto com clichês sobre 'futebol samba'. Os brasileiros pararam de oferecer fintas, dribles e belos gols há muito tempo. Eles agora têm de entender que precisam adotar um passe mais rápido, um estilo mais europeu, mais alemão", opina o artigo publicado na primeira página da edição desta quarta-feira.

No texto publicado nesta quarta-feira, Kuper diz que é difícil pensar em uma humilhação esportiva maior do que a sofrida ontem pelo Brasil – uma derrota por 7 a 1 do "país do futebol", em uma semi-final de Copa do Mundo, em casa. É um momento que "marcará a psique futebolística do Brasil para sempre", destaca.

O jornal diz ainda que a ausência de Neymar foi "um fantasma na festa alemã". Ele é descrito como a última fonte indiscutível do jogo bonito brasileiro, "mas um homem é uma base fina para uma tradição", ressalta a publicação.

O Financial Times destaca que a o futebol alemão passou por uma renovação após 2004, quando a seleção do país estava em baixa. Os técnicos Jürgen Klinsmann e Joachim Löw lideraram esse processo que resultou no "jogo bonito cerebral de passes rápidos com que os alemães golearam o Brasil ontem".

"A responsabilidade pela humilhação se encontra em primeiro lugar com os jogadores infelizes do Brasil e seu treinador sem imaginação Felipe Scolari, mas de forma mais ampla está na ultrapassada tradição de futebol do país", afirma o jornal.

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