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Descarbonização do transporte: País deve investir em infraestrutura para recargas

Especialistas apontam que energia elétrica, etanol, gás natural e biometano são opções que têm muitas vantagens em relação a outros países

29 abr 2022 - 11h57
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O processo de descarbonização do transporte em andamento no Brasil segue por vários caminhos, tanto nos veículos de passageiro quanto nos de carga e transporte público. Energia elétrica, etanol, gás natural e biometano são as opções já em uso que, na visão de especialistas, têm muitas vantagens em relação a outros países por causa de suas matrizes mais limpas.

Com um leque de opções para diferentes aplicações, um dos desafios do País é o de investimentos em infraestrutura para recargas nas residências e nas rodovias, no processo para a eletrificação mais ampla dos veículos no futuro, afirmaram os participantes do segundo dia do Summit "O Futuro da Indústria Automotiva", realizado pelo Estadão na manhã desta sexta-feira, 29.

O presidente da Enel-X Brasil, Francisco Scroffa, o vice-presidente de Compliance de Produto da Stellantis para a América do Sul, João Irineu Medeiros, e o responsável pela área de sustentabilidade da Scania do Brasil, Paulo Ganezini, concordam que o etanol terá importante papel nesse processo, tanto no uso em carros híbridos no curto prazo e como gerador de hidrogênio no carro a célula de combustível no médio e longo prazo.

"Nossa matriz privilegiada nos oferece a possibilidade de fazer um trabalho mais objetivo porque o desafio é descarbonizar, mas de maneira equilibrada e sustentável, mas não uma sustentabilidade somente ambiental, mas também econômica e social", afirmou Medeiros, da Stellantis, grupo que reúne as marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën.

"A busca desse equilíbrio é que dará ao Brasil o diferencial competitivo em relação ao restante do mundo".

Para Scroffa, da Enel X, "o Brasil tem um futuro abençoado", com uma das matrizes mais renováveis do mundo, mas precisa de investimentos em redes de distribuição inteligente. A empresa, exemplificou ele, desenvolve tecnologias para gestão da flexibilidade do fluxo de energia entre o cliente e a rede de distribuição, já que atualmente muitas residências e empresas estão gerando sua própria energia, em especial a solar.

Ganezini, da Scania, informou que a fabricante de caminhões e ônibus está apostando, no momento, no gás natural e no biometano, que é o gás gerado de resíduos (biomassas), como o próprio bagaço da cana. "O gás natural hoje já é mais limpo que o diesel em termos de emissões locais e de gás carbono", disse.

Desde 2020, a Scania vendeu 600 caminhões e ônibus movidos a gás. Ganezini disse ainda que o Brasil tem potencial de produzir 100 milhões de metros cúbicos por dia de biometano, o que é suficiente para uma substituição de 70% do consumo de diesel hoje no transporte. "O gás é uma solução que veio para ficar".

Estadão
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