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Descontos e cafés grátis: o jogo da gamificação

3 out 2024 - 06h12
(atualizado às 09h58)
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Resumo
A gamificação é uma estratégia poderosa utilizada por empresas para engajar consumidores de diferentes formas.
Foto: Reprodução

Você já se pegou indo ao mesmo café para garantir aquele décimo carimbo e ganhar um cappuccino grátis? Ou talvez abriu o aplicativo de compras apenas para ver se conquistou um novo “badge” de fidelidade? Parabéns, você está participando de um jogo — e não está sozinho. A gamificação é uma das estratégias mais poderosas utilizadas por empresas para engajar consumidores, muitas vezes de formas que nem percebemos. 

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Vamos explorar alguns exemplos e entender como essa técnica influencia nosso comportamento no dia a dia.

O café grátis – não tão grátis assim

O exemplo clássico de gamificação é o cartão de fidelidade dos cafés. Você compra nove bebidas e ganha a décima de graça. Esse sistema não é apenas sobre recompensar a lealdade, ele se baseia em nossa psicologia para nos fazer retornar. A promessa do "grátis" ativa o centro de recompensas do cérebro, fazendo com que o café pareça mais valioso do que realmente é. 

Esse efeito psicológico é o que motiva tantas pessoas a continuarem voltando, mesmo que o desconto, na prática, seja pequeno em relação ao valor total gasto.

Descontos, recompensas e o poder da competição

Outro case interessante vem do setor de supermercados. As redes implementam programas de pontos que se acumulam a cada compra, podendo ser trocados por descontos em produtos ou serviços. A gamificação acontece quando, além de acumular pontos, o cliente é desafiado a atingir certas metas para receber "bônus". Por exemplo, gastar um valor específico em produtos saudáveis pode trazer uma recompensa adicional, incentivando não apenas mais compras, mas também um comportamento específico.

Aplicativos como o Nike Run Club usam desafios e conquistas para incentivar os usuários a correr mais. Mais do que um simples acompanhamento, o app cria um senso de comunidade e competição, colocando os usuários em rankings e oferecendo prêmios virtuais. Essa abordagem não apenas promove a marca, mas também gera um envolvimento emocional — ao alcançar uma meta, você provavelmente vai considerar comprar um novo tênis de corrida para se manter competitivo.

Gamificação não está só no consumo. No ambiente corporativo, muitas empresas utilizam essas estratégias para motivar colaboradores e aumentar a produtividade, usando "badges" e recompensas para metas atingidas. Isso transforma o trabalho em um jogo, onde cada conquista é celebrada, incentivando o engajamento. Contudo, é preciso cautela para que a pressão por "ganhar" não resulte em ansiedade ou competição excessiva, mantendo um ambiente saudável e colaborativo.

A regra é clara, mas é preciso conhecê-la

Os exemplos mostram que a gamificação pode ser poderosa e benéfica, tornando ações cotidianas mais agradáveis e ajudando a melhorar hábitos. Porém, é importante lembrar que, por trás de cada sistema, há estratégias para manter o engajamento. 

Entender como ela nos influencia é essencial para sermos consumidores e profissionais mais conscientes. Se vamos jogar, é melhor conhecer as regras e quem realmente pode ganhar.

(*) Danilo Parise é CEO e cofundador da Ludos Pro, plataforma de gestão de aprendizagem gamificada.

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