Inflação de serviços cai ao menor patamar em seis anos
A inflação de serviços acumulou alta de 7,49% nos últimos 12 meses, desaceleração ao menor patamar desde novembro de 2010 decorrente dos efeitos do aumento do desemprego observado desde o início do ano passado.
“Os serviços entraram em trajetória de desaceleração robusta, especialmente a partir do segundo semestre do ano passado diante da queda da massa de rendimento. Há uma defasagem natural do mercado de trabalho nos preços”, afirma Márcio Milan, economista da Tendências Consultoria.
A inflação de serviços registrou seu pico no ano passado em julho (8,54%) e desde então vem em processo de desaceleração que se acentuou partir de novembro.
Do lado do mercado de trabalho, o rendimento médio anual passou de R$ 1.966 em 2014 para R$ 1.963 no ano passado, segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua), período em que a inflação de 10,67% corroeu o poder aquisitivo do consumidor.
A massa de rendimento médio caiu de R$ 175,243 bilhões em 2014 para R$ 175,236 bilhões em 2015 e 1,542 milhão de vagas foram fechadas.
Milan prevê que a inflação de serviços desacelere ainda mais e termine o ano em 7,20%. “No curtíssimo prazo, o empregado tem benefícios que seguram um pouco a mudança de patamar em sua renda. Conforme o movimento de defasagem for passando, essa inflação deve diminuir mais”, diz o economista, destacando o atraso do impacto da deterioração do mercado de trabalho nos preços devido a mecanismos como o seguro-desemprego.
A inflação de serviços ainda pode ficar abaixo de 7% neste ano caso a recessão seja mais intensa do que o esperado e o dólar se mantenha no patamar atual por longo período. “Parte dos insumos de serviços são atrelados a câmbio”, explica.