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'Desestatização dará fôlego à economia', diz banqueiro

Banqueiro vê programa de privatizações do governo como um dos principais pilares de crescimento da atividade

28 nov 2019 - 04h11
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À frente do banco de investimentos BR Partners, o banqueiro Ricardo Lacerda vê o programa de privatizações do governo como um dos pilares importantes para a retomada da economia daqui para frente. O banco, que liderou este ano importantes operações de fusões e aquisições - assessorou a Copagaz e o Itaúsa na compra da Liquigás, divisão de gás de cozinha da Petrobrás; o Pão de Açúcar na venda da Via Varejo; e reestruturação societária da varejista Casino, dona do GPA, na América Latina -, projeta crescimento do PIB de até 2,5% em 2020. A seguir, os principais trechos da entrevista.

omo o sr. avalia os 11 meses do governo de Jair Bolsonaro?

O saldo do primeiro ano de governo é muito positivo, tirando toda essa discussão política e polêmicas à parte. No sentido de ter nomeado ministros técnicos comprometidos com a recuperação da economia e redução tamanho do Estado, a gente já começa a sentir claramente uma recuperação da economia neste fim de ano e que deve se acelerar no ano que vem. Há um programa de desinvestimentos das estatais em curso. São coisas que não se colocam de pé da noite para o dia, mas vão gerar crescimento muito grande e atração de capital muito positiva.

O que o sr. vê, de fato, de saldo positivo na economia?

A aprovação da Previdência, que tira o risco de insolvência do País e traz de volta conforto para que sejam feitos os investimentos. Há medidas mais efêmeras no sentido de melhorar o consumo, como a liberação de parte do FGTS, simplificações de questões tributárias e burocráticas, que animam mais os negócios. O efeito da mudança da legislação trabalhista também dá um pouco mais de conforto para as empresas voltarem a contratar e a redução brutal de juros como nunca vimos, que certamente está injetando dinheiro na economia. Veremos a economia andar em função disso tudo.

A confiança dos empresários está melhorando?

Sim, mas num ritmo menor do que a gente imaginava. Temos uma equipe comprometida com uma agenda totalmente liberal. Obviamente, há uma agenda política ainda muito volátil e uma retomada um pouco mais lenta do que se esperava. Isso faz com que a retomada da confiança do empresário seja um pouco mais lenta.

Os investimentos para expansão vão para quais setores?

Há interesse por expandir investimentos nas áreas logísticas e de infraestrutura. Na parte industrial, ainda não há interesse pela grande capacidade ociosa. Por isso, é importante a agenda de desestatização porque ela vai dar um grande fôlego para a economia.

Mas as privatizações são suficientes para dar esse fôlego?

Se você avaliar as grandes empresas e setores, como saneamento e energia, ainda há assuntos regulatórios para serem destravados. Agora acho que o único ponto que o governo está errando é subestimar o impacto negativo da volatilidade do câmbio na percepção do investidor estrangeiro que quer vir para o Brasil.

Como isso pode atrapalhar os negócios?

O retorno do investidor estrangeiro depende do ponto de entrada que ele vai ter no câmbio. Como ele não tem um caráter especulativo de curto prazo, esse investidor tende a se retrair até que as coisas se estabilizem um pouco mais. Acredito na tese do governo de que, com a aceleração das privatizações, vai entrar dinheiro e o câmbio volta (a cair). Agora existe o risco de acontecer o contrário: uma vez que a volatilidade está alta, pode diminuir o interesse do capital estrangeiro para esse programa.

O que falta para a expansão da economia?

Muita coisa. Sou otimista em relação à retomada do crescimento de 2% a 2,5%, mas cético acima disso por um período consistente. Há muita reforma para ser aprovada. O Brasil acaba sofrendo os efeitos negativos estruturais de ter uma economia engessada, questão tributária complexa, tamanho do Estado ainda grande.

A BR Partners está completando dez anos. Qual seu balanço?

Este foi o nosso melhor ano. Ganhos participação de mercado, nossa receita vai crescer mais de 50% (prevista para R$ 250 milhões) e nosso lucro aumentará. Estamos liderando até o momento o ranking de fusões e aquisições. O resumo que faço é que empreender no Brasil é coisa de maluco.

Estadão
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