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Desigualdade sobe no NE e cai no Norte por perda de renda

Segundo dados do IBGE, em nenhuma das duas regiões analisadas, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita alcançou o piso do salário mínimo

6 mai 2020 - 10h11
(atualizado às 11h01)
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RIO - A concentração de riqueza aumentou na Região Nordeste no ano passado. Ao mesmo tempo, a Região Norte registrou melhora na desigualdade, mas em consequência de um fenômeno negativo: houve perda generalizada de renda em todas as faixas de população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os resultados são referentes à renda média real domiciliar per capita de 2019, apurada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Rendimento de todas as fontes 2019.

Mulher prepara comida em seu barraco, em favela localizada em Teresina, no Piauí. Foto: Roberto Castro / ESTADÃO.
Mulher prepara comida em seu barraco, em favela localizada em Teresina, no Piauí. Foto: Roberto Castro / ESTADÃO.
Foto: Roberto Castro / Estadão

O rendimento médio mensal real domiciliar per capita obtido de todas as fontes não alcançava o salário mínimo nem no Norte (R$ 872), nem no Nordeste (R$ 884), embora suba ao dobro desse valor no Sudeste, R$ 1.720. Na média nacional, a renda média domiciliar per capita de todas as fontes foi de R$ 1.406 em 2019.

A renda per capita da Região Nordeste teve o maior crescimento entre as regiões brasileiras no ano de 2019, 4,5%, mas puxada pelos ganhos dos mais ricos. Os pobres ficaram ainda mais miseráveis.

Na região Nordeste, metade da população sobrevivia com apenas R$ 261 mensais. Os 10% mais pobres contavam com R$ 57 por mês para sobreviver, menos de R$ 2 por dia, uma queda de 5,0% em relação ao dinheiro disponível no ano anterior. Por outro lado, a fatia 1% mais rica da população local recebeu R$ 11.800, um salto de 14,9% na renda dessas famílias em apenas um ano.

Como consequência, o Índice de Gini da renda domiciliar per capita subiu de 0,545 para 0,559 entre 2018 e 2019 no Nordeste. O Índice de Gini é um indicador que mede a desigualdade numa escala de 0 a 1, sendo maior a concentração de renda quanto mais próximo de 1 for o resultado.

Na passagem de 2018 para 2019, a Região Norte teve redução de 5,3% no rendimento médio domiciliar per capita. Houve perda de poder aquisitivo em todas as faixas de rendimentos, especialmente entre os mais ricos. O Índice de Gini local desceu de 0,551 em 2018 para 0,537 em 2019.

Ainda assim, a fatia 1% mais rica recebia R$ 9.937 mensais, contra apenas R$ 73 obtidos pelos 10% mais pobres. Metade dos moradores da região Norte do País sobreviviam com R$ 273 mensais no ano passado.

Na média nacional, o Gini teve ligeira redução, de 0,545 em 2018 para 0,543 em 2019. O Índice de Gini da região Sudeste diminuiu de 0,533 em 2018 para 0,527 em 2019. No Sul, o Gini reduziu de 0,473 para 0,467. No Centro-Oeste, o Gini passou de 0,513 para 0,507.

Estadão
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