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Despesa de consumo das famílias cai 4,2% em 2016

7 mar 2017 - 12h19
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Número importante na soma do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, a despesa de consumo das famílias caiu 4,2% em 2016, anunciou hoje, no Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O indicador é afetado pela piora no mercado de trabalho, segundo a coordenadora de contas nacionais do instituto, Rebeca Palis.

Despesa de consumo das famílias foi afetada pela piora no mercado de trabalho. Movimento nas lojas diminuiu 
Despesa de consumo das famílias foi afetada pela piora no mercado de trabalho. Movimento nas lojas diminuiu
Foto: Agência Brasil

O consumo das famílias já havia caído 3,9% em 2015 e teve o pior trimestre de 2016 nos três primeiros meses do ano, quando a retração chegou a 5,8% na relação com o mesmo trimestre do ano anterior. O recuo diminuiu de intensidade para 4,8% no segundo trimestre, e continuou caindo para 3,4% no terceiro e 2,9% no quarto trimestre.

Além da deterioração dos indicadores do emprego e da renda, a coordenadora do IBGE destaca outros fatores que influenciaram o desempenho. "As operações de crédito continuam recuando em termos reais, e a gente ainda teve em 2016 os juros acima do patamar de 2015. O que não foi tão ruim foi a inflação, que teve um patamar inferior em 2016", disse ela.

Quedas em série

A queda do PIB per capita brasileiro já soma três anos consecutivos e chegou a 9,1% com a contribuição de 2016, ano em que a taxa caiu mais 4,4%. Como a população brasileira cresce em média 0,9% ao ano, qualquer resultado do PIB menor do que isso significa menos riquezas por pessoa no país.

"Esse dado significa que a população empobreceu nesses três anos", disse Rebeca "O bolo encolheu, e a quantidade de pessoas para comer o bolo aumentou", afirmou. 

As despesas de consumo do governo também caíram em 2016: 0,6%. A arrecadação de impostos sobre produtos teve uma queda de 6,4% em relação a 2015. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, um dos principais componentes desse montante, arrecadou 5,5% menos. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) recolheu 11,2% menos e o Imposto de Importação também rendeu menos: queda de 16,2%.

Investimentos na produção

A formação bruta de capital fixo (FBCF) das empresas, indicador que mostra os investimentos na produção, caiu 10,2%, total menor que os 13,9% negativos de 2015. 

O principal componente da FBCF é a construção, com peso de quase 50%. A queda de 8,7% registrada foi menor que os 16% de retração no investimento em máquinas e equipamentos, que havia sido ainda maior em 2015, quando houve 26,4% de queda na compra de maquinário.

O comércio exterior teve uma influência positiva no cálculo do PIB, já que as importações caíram 10,3%, e as exportações subiram 1,9%. A venda de produtos e serviços para o exterior foi impulsionada por uma desvalorização média de 4,8% no câmbio, que tornou os produtos brasileiros mais competitivos em 2016.

O IBGE calculou que, sem o setor externo, a economia brasileira teria registrado queda de 5,3% em 2016. Já em 2015, a balança comercial havia contribuído para reduzir a intensidade da recessão, que seria de 6,4% naquele ano se houvesse apenas a demanda interna.

Agência Brasil Agência Brasil
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