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Estrangeiros disputam concessão de aeroportos no Brasil

Concessão de 12 terminais será realizada na sexta-feira e deve resultar em investimentos de R$ 1,47 bi dos vencedores nos primeiros 5 anos

13 mar 2019 - 04h10
(atualizado às 08h25)
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SÃO PAULO E BRASÍLIA - Pelo menos dez empresas estiveram nesta terça-feira, 12, na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, para entregar propostas para o leilão de concessão de 12 aeroportos que será realizado na sexta-feira pelo governo federal. Entre as empresas identificadas pela reportagem estão as brasileiras CCR, Pátria, Socicam e Construcap; as francesas Vinci e Aéroports de Paris; a suíça Zurich AG; a espanholas Aena; e as alemãs AviAlliance e Fraport.

Logo da Gol em aeronave da companhia aérea no aeroporto de Natal
23/11/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Logo da Gol em aeronave da companhia aérea no aeroporto de Natal 23/11/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Os representantes dos consórcios evitaram conversar com a reportagem e revelar a composição dos grupos ou o interesse de cada um pelos blocos. Apesar de levar documentos, eles também não quiseram confirmar se, de fato, entregaram as propostas. O Estado apurou que o Pátria vai disputar o leilão em parceria com a espanhola AviAlliance.

Entre os estrangeiros, alguns já têm presença nos aeroportos brasileiros. A Zurich tem as concessões de Florianópolis (SC) e de Confins (MG); a Vinci, o terminal de Salvador; e a Fraport atua em duas capitais: Porto Alegre (RS) e Fortaleza (CE).

O governo espera forte concorrência no leilão, que exigirá investimentos de R$ 1,47 bilhão nos primeiros cinco anos de concessão. A expectativa é que haja disputa pelos três blocos de terminais oferecidos à iniciativa privada, com presença de novas empresas internacionais do setor. "Será nosso primeiro grande teste de mercado e estamos confiantes de que será confirmado o sucesso do plano de concessões", diz Adalberto Santos de Vasconcelos, secretário especial da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

Os aeroportos a serem concedidos correspondem a 9,5% do mercado doméstico, movimentando quase 20 milhões de passageiros por ano. Os 12 terminais foram distribuídos em três grupos: Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

O primeiro bloco é o mais atraente por sua proximidade com a Europa e intenso fluxo de turistas. Esse conjunto é composto pelos aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Juazeiro do Norte (CE), João Pessoa e Campina Grande (ambos na Paraíba).

No caso do bloco Centro-Oeste, a possibilidade de atender o agronegócio é o ponto chave, ao ofertar aeroportos em Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Alta Floresta (todos em MT). O menor é o bloco Sudeste, que tem a seu favor o fato de Vitória (ES) ser um importante terminal de cargas e a relevância de Macaé (RJ) para a indústria de óleo e gás.

De acordo com o edital, o lance mínimo inicial no leilão para o bloco Centro-Oeste é de R$ 800 mil; a do Nordeste é de R$ 171 milhões; e a do Sudeste de R$ 46,9 milhões e carência inicial de cinco anos.

No lançamento do edital, em novembro, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ressaltou que, além do valor fixo mínimo, a contribuição inicial poderá ser acrescida de ágio por competição. Diferentemente das primeiras rodadas de concessões, as novas ofertas não terão a participação da estatal Infraero.

Nova rodada

Na próxima segunda-feira, o governo vai anunciar o lançamento de três novos blocos de aeroportos que serão concedidos. O Estado teve acesso à lista dos 22 terminais desse novo pacote de concessões, a ser leiloado até o primeiro trimestre do ano que vem.

O "bloco Sul", formado por 9 aeroportos, inclui dois terminais de Curitiba, além de Foz do Iguaçu (PR), Navegantes (SC), Londrina (PR), Joinville (SC), Pelotas, Uruguaiana e Bagé (todas no RS). O "bloco Norte" engloba sete aeroportos: Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Boa Vista (RR), Cruzeiro do Sul (AC), Tabatinga (AM) e Tefé (AM). O terceiro lote, o "bloco Central", inclui os terminais de Goiânia (GO), São Luís (MA), Teresina (PI), Palmas (TO), Petrolina (PE) e Imperatriz (AM).

O governo ainda conversa com cidades interessadas em entrar no plano de concessões. Por isso, o pacote pode aumentar. /COLABOROU RENÉE PEREIRA

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