Dilma rechaça ideia de reajuste automático de combustíveis
A metodologia, de proposta da presidência da Petrobras, seria para contemplar reajustes automáticos dos combustíveis, mas prometia impedir o repasse da volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico
Sócio majoritário da Petrobras, o governo federal é terminantemente contra um gatilho automático para o reajuste de combustíveis no País. A proposta foi trabalhada pela presidente da petroleira, Graça Foster, diante de dificuldade em fechar as contas da empresa.
Em conversa com jornalistas nesta quarta-feira, Dilma foi explícita ao dizer: “sou contra a indexação”. “Quero dizer que dos vários problemas herdados (...), a indexação era algo extremamente perigoso”, disse a presidente. “Indexar a economia brasileira ao câmbio ou a qualquer variável externa é algo temerário”, acrescentou a presidente.
A metodologia, de proposta da presidência da Petrobras, seria para contemplar reajustes automáticos dos combustíveis, mas prometia impedir o repasse da volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico.
A companhia explicou que a metodologia consideraria variáveis como o preço de referência de derivados no mercado internacional, câmbio e ponderação sobre a origem do produto vendido, se refinado no Brasil ou importado. A periodicidade não havia ficado definida.
Dilma ironiza oposição: “A Petrobrax?”
Diante da acusação do PSDB de que a Petrobras estaria sendo reestatizada, Dilma respondeu com tom irônico. “Não é sério esse troço de que vamos reestatizar a Petrobras. A Petrobrax?”, afirmou a presidente, lembrando da proposta feita para substituir o nome da companhia para ganhar um nome mais internacional, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. À época, as críticas fizeram o governo recuar. “Somos os controladores da Petrobras, não tem outro jeito. E é essa a interferência que o governo faz e que está prevista na lei”, disse, referindo-se à atuação estatal na empresa, que é de capital misto.