Compras online pelo smartphone ganham a preferência do consumidor no Dia dos Namorados
Frete grátis vira o principal atrativo de vendas, superando o desconto no preço, diz pesquisa
Compras online, feitas por meio do celular e com frete grátis, ganharam a preferência dos consumidores neste Dia dos Namorados, a sexta data comemorativa mais importante do varejo em movimentação financeira.
Levantamento realizado entre os dias 3 e 6 deste mês com 2.600 pessoas, de todas as classes sociais no Estado de São Paulo, revela que 22% tinham comprado presentes e mais da metade (61%) em lojas virtuais, segundo a startup Varejo 360, especializada em pesquisa de mercado.
De acordo com a enquete, 43% dos entrevistados que tinham ido às compras online fecharam negócio navegando na internet por meio do smartphone.
"O celular virou ferramenta de consumo", afirma Fernando Faro, sócio da consultoria e responsável pelo levantamento.
Quando se analisa o universo de pessoas que não foram às compras, mas que pretendem ir (46%), os resultados seguem a mesma tendência. Mais da metade (63%) planeja comprar em lojas virtuais e 45% deles, navegando pela internet por meio do smartphone.
Tanto os resultados de quem comprou como daqueles que planejam ir às compras indicam que a aceleração das compras online que houve com a pandemia mudou os hábitos de consumo de forma definitiva. "A internet virou a primeira opção de compras para muita gente."
Frete grátis
Um resultado da pesquisa que chama atenção, especialmente neste momento de inflação em alta e bolso apertado, é que frete grátis ganhou relevância como promoção para fechar a compra.
O frete grátis foi apontado por 40% daqueles que já compraram o presente e por 31% daqueles que pretendem comprar como o principal atrativo para fechar negócio. Em ambas as situações o frete grátis supera o desconto no preço, o tradicional atrativo para o brasileiro em épocas de carestia.
"O frete grátis deixa mais simples a tomada de decisão, porque é possível comparar preços entre as lojas físicas e virtuais de forma mais direta", explica Faro.
Quase a totalidade dos entrevistados (91%) considera que os presentes estão mais caros neste ano. Essa percepção dos consumidores é confirmada por um estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que aponta que nos últimos 12 meses até junho os preços de uma cesta de produtos e serviços mais consumidos na data aumentaram 10,7%.
"Se confirmada essa projeção, será a maior variação do preço médio dessa cesta, calculada pela CNC desde 2013", observa o economista-chefe da entidade, Fabio Bentes.
A maior inflação em quase dez anos combinada com a queda de 6,3% no rendimento da população ocupada no trimestre encerrado em abril devem esfriar o movimento do varejo para a data neste ano.
Nas contas da CNC, as vendas do Dia dos Namorados devem movimentar R$ 2,49 bilhões, com queda real - descontada a inflação - de 2,6% sobre o ano passado e praticamente o mesmo patamar de junho de 2019, antes da pandemia.