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CPI da Americanas é instalada na Câmara; presidente defende punição sem desestabilizar economia

Deputados querem recolher informações com associados e auditorias que investigaram o caso antes de convocar os sócios da varejista para serem interrogados

17 mai 2023 - 19h00
(atualizado às 22h09)
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Foto: Pedro Kirilos/Estadão

BRASÍLIA E SÃO PAULO - A Câmara dos Deputados instalou nesta quarta-feira, 17, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o rombo contábil registrado nas Lojas Americanas. O deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE) será presidente do colegiado, e o deputado Carlos Chiodini (MDB-SC) ficará com a relatoria.

A CPI, protocolada pelo líder do PP na Câmara, André Fufuca (MA), terá 27 membros titulares e 27 suplentes. Apenas 17 titulares foram indicados até o momento.

A primeira sessão da comissão foi iniciada na tarde desta quarta. Logo no início dos trabalhos, o presidente Gustinho disse ser preciso investigar quem cometeu fraude, mas sem desestabilizar a economia do País.

Em janeiro deste ano, a Americanas informou um caso bilionário do que chamou de "inconsistências contábeis" e pediu recuperação judicial, declarando dívida de R$ 43 bilhões. O caso é o quinto maior de recuperação judicial na história do País, atrás apenas de Oi (2º e 4º), Samarco e Odebrecht.

"O Brasil precisa ter um ambiente de negócios equilibrado, mas nós não podemos admitir qualquer tipo de fraude que possa arranhar a imagem do nosso país no que diz respeito a nossa economia", continuou.

O deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) sugeriu que o colegiado recolha informações com associados e auditorias que investigaram o caso antes de convocar os sócios da varejista para serem interrogados na comissão.

"Convocar (os sócios) logo de cara antes de recolher documentos pode não ser bom. (Pode ser melhor) recolher mais elementos para que na hora 'H' a gente pudesse fazer as perguntas necessárias", disse Motta durante a realização da CPI. "Não sei se é o primeiro requerimento que devemos aprovar", continuou, ao citar a convocação dos sócios.

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), deve apresentar na próxima semana aos membros o plano de trabalho do colegiado. A proposta deve ser aprovada pelos integrantes para dar continuidade à investigação.

O presidente da CPI, Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), disse que seguirá os trâmites e que o plano deve ser divulgado depois de aprovado pelos membros da CPI. A ideia, de acordo com ele, é de que ocorra, pelo menos, uma sessão por semana, provavelmente às terças-feiras.

A leitura do requerimento para instalação do colegiado foi feita pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), no dia 26 de abril.

Veja os membros titulares da CPI indicados até o momento:

  • Alex Manente (Cidadania-SP)
  • Alexandre Guimarães (Republicanos-TO)
  • Átila Lira (PP-PI)
  • Carlos Chiodini (MDB-SC)
  • Diego Coronel (PSD-CE)
  • Domingos Neto (PSD-CE)
  • Fausto Santos Jr. (União-AM)
  • Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE)
  • João Carlos Bacelar (PL-BA)
  • Jorge Goetten (PL-SC)
  • Junior Mano (PL-CE)
  • Maurício Carvalho (União-RO)
  • Mauro Benevides Filho (PDT-CE)
  • Mendonça Filho (União-PE)
  • Robinson Faria (PL-RN)
  • Thiago de Joaldo (PP-SE)
  • Vicentinho Junior (PP-O)

Outro lado

Procurada, a Americanas diz estar à disposição para colaborar com a Comissão Parlamentar de Inquérito em quaisquer questionamentos, sendo "a maior interessada no esclarecimento dos fatos". A empresa diz ainda que tomou várias medidas desde que o rombo bilionário veio à tona em fato relevante, na noite de 11 de janeiro, como a instauração de um comitê independente para apurar as circunstâncias do ocorrido e o afastamento dos diretores estatutários.

"A Americanas também está colaborando com todas as investigações que têm sido realizadas, tanto pela Comissão de Valores Mobiliários como outras autoridades e órgãos competentes e segue com seu compromisso de manter o mercado informado a respeito dos desdobramentos do caso relatado", informou a empresa, em nota.

Estadão
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