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Em visita a Portugal, Lula volta a criticar juros e diz que ninguém toma empréstimo a 13,75%

No discurso a uma plateia de empresários, presidente também voltou a dizer que seu governo não fará privatizações

24 abr 2023 - 07h48
(atualizado às 09h40)
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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento em Lisboa
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento em Lisboa
Foto: Rodrigo Antunes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou um discurso durante fórum empresarial Portugal-Brasil na cidade portuguesa de Matosinhos para novamente criticar o atual patamar da taxa básica de juros no Brasil e afirmou que ela inviabiliza a tomada de empréstimos.

"Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem, é que a nossa taxa de juros é muito alta, é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é a taxa referencial, está 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%. Ninguém", afirmou o presidente, referindo-se ao primeiro-ministro de Portugal, António Costa, que também participou do evento.

Lula, seus aliados e membros de seu governo tem criticado publicamente e com frequência a política monetária do Banco Central e o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, nomeado para o cargo pelo governo anterior de Jair Bolsonaro, e que tem mandato na função até o final do ano que vem.

No discurso a uma plateia de empresários, Lula voltou a dizer que seu governo não fará privatizações e criticou as vendas de empresas públicas realizadas nos últimos anos.

"No Brasil, nós não vamos vender empresas públicas. O que nós queremos é convidar os empresários a fazerem parceria conosco naquilo que a gente precisa criar de novo", afirmou.

"Nós nos desfizemos do nosso patrimônio, nosso patrimônio ficou menor e a qualidade do serviço não melhorou", acrescentou Lula, que atacou principalmente a privatização da Eletrobras.

"Nós privatizamos a nossa maior empresa de energia elétrica que era a Eletrobras... Quando essa empresa foi vendida, a primeira coisa que a diretoria fez foi aumentar o salário da diretoria de 60 mil reais por mês para 360 mil reais por mês. Se você quiser ver apenas um absurdo, eu agora tenho que indicar um conselheiro para essa empresa. Um conselheiro dessa empresa para trabalhar uma vez por mês ganha 200 mil reais", disse.

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