Gasolina recua nos postos diante de etanol mais competitivo; diesel sobe, diz ValeCard
O preço médio da gasolina nos postos do Brasil recuou 0,3% entre 8 e 14 de setembro, ante a semana anterior (01 a 07 de setembro), a 6,002 reais o litro, pressionado por um ganho de competitividade do etanol hidratado, que também caiu, mostraram dados de pesquisa da ValeCard nesta segunda-feira.
"Como o etanol tem se mostrado vantajoso financeiramente para veículos flex na maior parte do país, o varejo está sendo forçado a segurar um pouco os preços da gasolina", disse em nota Brendon Rodrigues, Head de inovação e portfólio na ValeCard.
O especialista ponderou, no entanto, que esse movimento pode mudar nas próximas semanas, uma vez que não houve ainda um repasse integral aos postos do reajuste de 16,3% feito pela Petrobras na gasolina vendida a distribuidoras em meados de agosto.
Além disso, ele ressaltou que as cotações do petróleo no mercado internacional estão em alta, o que pode pressionar os preços de combustíveis no Brasil, que depende de importações.
O preço médio do etanol hidratado nas bombas do país apresentou uma leve queda de 0,07% na mesma comparação a 3,754 reais por litro, apontou a pesquisa, que é feita com base em transações realizadas em mais de 25 mil estabelecimentos credenciados em todos os Estados do Brasil.
"A queda no preço do etanol é decorrente do crescimento da produção de cana-de-açúcar, o que influi em toda a cadeia produtiva do combustível", frisou Rodrigues.
O combustível renovável está vantajoso financeiramente, em relação à gasolina, em 15 unidades federativas, segundo a ValeCard.
O preço médio do diesel, por sua vez, subiu 0,54% na segunda semana de setembro ante a anterior, a 6,381 reais por litro.
"O diesel segue em tendência de alta, pois o reajuste de 25% nas refinarias da Petrobras, anunciado em 15 de agosto, ainda não foi inteiramente repassado ao consumidor. Além disso, há a pressão externa representada pelo aumento das cotações do petróleo no mercado internacional", afirmou Rodrigues.
O repasse de reajustes da Petrobras de diesel e gasolina aos consumidores finais nos postos não é imediato e depende de uma série de questões, como mistura de biocombustíveis, impostos e margens de distribuição e revenda.
O mercado sofre ainda influência de outros agentes, pois conta com outras refinarias privadas e importa cerca de 25% do óleo diesel e 15% da gasolina, o que também interfere na precificação dos custos das distribuidoras aos postos.