Ibovespa busca quebrar série de quedas com ajuda de Vale
O Ibovespa buscava nesta quinta-feira mais uma vez quebrar a sequência de quedas que tem marcado agosto, apoiado principalmente no avanço de Vale, após fechar na véspera pelo 12º pregão seguido em baixa, a maior série de perdas desde pelo menos o começo da década de 1980.
Às 11:44, o Ibovespa subia 0,2 %, a 115.818,91 pontos, embora distante da máxima de 116.610,49 pontos registrada mais cedo, conforme Wall Street titubeou. Na mínima, chegou a 115.592,14 pontos.
O volume financeiro nesta quinta-feira, véspera de vencimento de opções sobre ações na B3, somava 7,5 bilhões de reais.
Na quarta-feira, o Ibovespa chegou a trabalhar em alta em boa parte da sessão, mas abandonou o sinal positivo e fechou em baixa de 0,5%, após a ata da última decisão do Federal Reserve mostrar que a maioria dos integrantes do Fomc continuou a ver riscos significativos de alta para a inflação.
Com o desempenho da quarta, o Ibovespa ampliou para 5,21% o declínio em agosto, mês em que ainda não fechou qualquer sessão no azul. A correção ocorre após o índice acumular uma alta de quase 20% nos quatro meses até o final de julho, mês em que também flertou com os 123 mil pontos.
A queda recente tem sido acompanhada pela saída de estrangeiros das ações brasileiras, com as vendas superando as compras em quase 7,4 bilhões de reais em agosto até o dia 14.
"Com o décimo segundo pregão consecutivo de queda, o Ibovespa perdeu o suporte aos 116.500 e vai em busca dos 114.800, podendo estender o movimento até a região dos 113.000 antes de tentar algum repique de maior importância", afirmou a equipe de grafistas da Ágora Investimentos.
"Do lado superior, a linha dos 118.200 ampara a tendência de baixa para o curto prazo e mais acima, para recuperar o viés positivo, o índice precisaria vencer também o topo recentemente formado na zona entre 122.000 e 123.000 pontos."
DESTAQUES
- VALE ON subia 2,41%, a 62,52 reais, após fechar na véspera no menor patamar desde setembro de 2022, vindo de sete sessões de queda, período em que acumulou um declínio de mais de 7%. De pano de fundo, o contrato futuro do minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE), na China, encerrou as negociações do dia em alta de 4,34%, para 768,5 iuanes (105,15 dólares) a tonelada, a maior cotação desde 26 de julho. O BTG Pactual também reiterou recomendação de compra para as ações, citando recuperação operacional, entre outros fatores.
- PETROBRAS PN avançava 1,17%, a 31,91 reais, renovando máxima intradia histórica no melhor momento, quando alcançou 32,19 reais, beneficiada pela alta do petróleo no exterior. Nessa semana, a companhia aumentou os preços dos combustíveis no país e seu presidente afirmou que a empresa não repetirá erros do passado relacionados a preços de combustíveis e contratações de obras. Na semana, até o momento, o papel sobe quase 5%.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 0,26%, a 27 reais, e BRADESCO PN mostrava declínio de 0,92%, a 15,11 reais. BANCO DO BRASIL ON subia 0,72%, a 47,5 reais.
- VIA ON caía 3,35%, a 1,73 reais, devolvendo parte dos ganhos da véspera, enquanto MAGAZINE LUIZA ON cedia 1,35%, a 2,93 reais.
- SABESP ON valorizava-se 1,16%, a 58,47 reais, após a cidade de São Paulo assinar termo de adesão à Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário 1 - Sudeste, um passo considerado pelo mercado como importante para o andamento da privatização da maior empresa de saneamento do Brasil. Na véspera, os papéis subiram 5,5% após o governador do Estado mudar via decreto sistema de governança sobre os serviços de saneamento no âmbito do marco do saneamento, concedendo mais peso de representação às regiões metropolitanas.
- TENDA ON, que não está no Ibovespa, cedia 4,62%, a 12,4 reais, após a construtora anunciar intenção de fazer oferta pública primária de ações para levantar cerca de 200 milhões de reais com possibilidade de emissão de lote adicional de até 50 milhões de reais, segundo fato relevante ao mercado. A companhia afirmou ainda que está em discussões "avançadas" com credores para renegociação de compromissos e que envolvem novas emissões de dívida de até 300 milhões de reais.