Jatinho que Wesley Safadão ‘ganhou’ do Sheik dos Bitcoins pode ser apreendido
Outros clientes do Sheik, que também levaram 'calote', pedem arresto da aeronave para ressarcimento de dívidas
Um jatinho Cessna Aircraft está em jogo em meio às polêmicas de golpes dados por Francisley Valdevino da Silva, conhecido como o Sheik dos Bitcoins. Clientes que levaram calote fizeram pedido de arresto do jato à Justiça do Paraná para o ressarcimento de dívidas. No papel, a aeronave pertence ao Sheik, mas está sendo usada pelo cantor Wesley Safadão, segundo informações do O Globo.
O arresto consiste em uma apreensão judicial de bens do devedor, pela Justiça, como uma medida preventiva que garanta a futura cobrança da dívida.
A petição foi feita por meio do Instituto de Proteção e Gestão de Empreendedorismo (IPGE). Advogados informam que a aeronave pertence à ITX Administradora de Bens Ltda, do Sheik. Mas está sendo operada pela empresa do cantor Wesley Safadão, a WX Shows Ltda.
O jatinho já tinha sido de Wesley antes, mas foi adquirido pelo Sheik por R$ 37 milhões. Depois, a defesa do cantor alega que ele recebeu o avião do Sheik como forma de ressarcimento dos prejuízos em meio às operações de criptomoedas.
Durante a Operação Poyais da Polícia Federal, que teve dentre seus objetivos o de buscar apreender a maior quantidade possível de bens do Sheik dos Bitcoins para futura indenização de seus clientes, o jatinho não entrou na lista. No dia 6 de outubro foram recolhidos barras de ouro, dinheiro em espécie, jóias e carros.
Trâmite em torno do jatinho
A aeronave em questão é um Cessna Citation Sovereign, modelo 680, com capacidade para nove passageiros. O Sheik comprou o jato, ainda de Wesley Safadão, em abril do ano passado pelo valor de R$ 37 milhões, parcelado em 19 vezes.
Dessas parcelas, onze seriam pagas diretamente ao cantor e as outras para a Maravilhas da Terra Produtos Naturais - empresa que, anteriormente, havia comprado o jato e também o pagava em parcelas. Nessa negociação, Safadão ganharia R$ 11 milhões.
Mas quando a pirâmide disfarçada de aluguel de bitcoins, orquestrada por Francisley, foi descoberta, o Sheik parou de pagar as parcelas ao Safadão. Assim, o cantor reassumiu a operação da nave, que seguiu registrada em nome da empresa de Sheik, a ITX Administradora de Bens Ltda, na Agência Nacional de Aviação (Anac).
Ainda ao O Globo, a defesa do artista afirmou que o nome continua relacionado à ITX por conta da demora de atualização da própria Anac, mas que há provas de que o bem pertence integralmente a Wesley.
Francisley Valdevino da Silva, o Sheik dos Bitcoins, está sendo investigado pela Polícia Federal como suspeito de liderar uma quadrilha responsável por fraudes bilionárias, tanto no Brasil como no exterior. Os policiais suspeitam que o grupo movimentou até R$ 4 bilhões com as fraudes no Brasil.
Além de Wesley Safadão, figuras públicas como Sasha Meneghel, filha de Xuxa, também foram enganadas pelo Sheik.