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Na contramão de NY, Ibovespa cai 0,18%, aos 102,9 mil pontos; dólar encerra a R$ 5,25

Índice da B3 neutralizou os ganhos moderados que teve no decorrer do dia, emendando o quarto recuo seguido

14 mar 2023 - 20h20
(atualizado às 21h30)
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Foto: Estadão

O Ibovespa neutralizou os ganhos moderados nesta terça-feira, 14, e fechou abaixo da estabilidade, com leve perda de 0,18%, a 102.932,38 pontos - bem mais perto da mínima (102.482,23), do fim da tarde, do que da máxima (104.153,48) do dia. Assim, após ter esboçado reação mais cedo, o índice da B3 emendou o quarto recuo, ainda no menor nível desde 16 de dezembro (102.855,70) para o fechamento.

O dólar encerrou a sessão cotado a R$ 5,2574, em queda de 0,22%, devolvendo uma pequena parte da alta de 1,66% ontem, quando foi impulsionado pela aversão ao risco no exterior. O respiro do real hoje foi atribuído a ajuste fino de posições, em meio a um ambiente de recuperação de divisas emergentes pares da moeda brasileira, como peso chileno e mexicano.

Hoje, o Ibovespa saiu de abertura aos 103.121,36, na véspera do vencimento de opções sobre o Ibovespa. O índice acompanhou de longe o desempenho de Nova York, positivo ao longo do dia, e mostrando menos fôlego em certo momento da tarde.

Na semana, o índice da B3 perde 0,66%, no mês cai 1,91% e no ano cede 6,20%. Após recuperação moderada em algumas recentes sessões, o giro financeiro voltou a se enfraquecer hoje, a R$ 22,8 bilhões, o que favorece a volatilidade.

SVB

Com a agenda doméstica relativamente esvaziada nesta terça-feira, o destaque do dia veio ainda pela manhã, dos Estados Unidos: a leitura de fevereiro sobre a inflação ao consumidor (CPI), que ganhou importância extra desde o fim da semana passada, com a quebra do Silicon Valley Bank (SVB). O colapso foi visto como um sinal de que a taxa de juros, já em nível elevado pelo padrão histórico do país, começa a deixar sequelas em bancos regionais, como o SVB, bem ativo no fluxo de recursos ao segmento de startups, muito presente na Califórnia.

Se, por um lado, dificuldades pontuais no sistema de crédito americano contribuem para reforçar a cautela de que os Estados Unidos estejam, de fato, mais perto de uma recessão, por outro, quando se olha o copo meio cheio, a percepção é de que o Federal Reserve seja levado a segurar a mão quanto ao espaço à frente para novos aumentos de juros.

"O dado desta manhã confirmou a desaceleração da inflação ao consumidor conforme a expectativa, após uma segunda-feira de forte alívio nos rendimentos dos Treasuries", diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. Ela acrescenta que, com os sinais de fragilidade vistos em parte do sistema bancário, o mercado tem alterado apostas para os juros americanos, com o entendimento de que o Fed será "menos agressivo" daqui para frente, em sua missão de fazer com que a inflação retorne à meta de 2% ao ano.

"O índice de preços ao consumidor nos EUA apresentou inflação de 0,4% em fevereiro em comparação a janeiro, em linha com as expectativas do mercado. No acumulado em 12 meses, a alta é de 6,0%, abaixo dos 6,3% de janeiro", aponta em nota Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. "A situação para o Fed é complicada, mas ainda é cedo para compreender a real dimensão dos problemas envolvendo o SVB sobre o sistema financeiro norte-americano", acrescenta. Ele observa que "o cenário inflacionário é preocupante, pois ainda não dá sinais claros de convergência para a meta de longo prazo."

Postura cautelosa faz dólar variar pouco

A banda de oscilação do dólar foi pequena, de pouco mais de quatro centavos entre a mínima (R$ 5,2217) e a máxima (R$ 5,2620). Operadores notam que agentes adotam uma postura cautelosa e evitam apostas mais contundentes, à espera de sinais mais claros sobre a extensão dos estragos no sistema financeiro americano e a postura do Federal Reserve na condução da política monetária.

Após o mergulho de ontem, as taxas dos Treasuries avançaram hoje, com o retorno da T-note de 2 anos subindo quase 6% e voltando a superar 4,20%. Termômetro do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY, que ontem caiu quase 1%, hoje alternou hoje entre ligeiras altas e baixas.

"O mercado de câmbio devolveu um pouco da alta de ontem, mas continua bastante pressionado, porque existe muita incerteza. Os investidores não conseguem visualizar o que o Fed vai fazer com os juros após os problemas nos bancos e dados pouco conclusivos de atividade e inflação nos EUA", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

Petróleo

Na B3, em dia de forte queda do petróleo, em baixa superior a 4%, as ações de Petrobras (ON -1,78%, PN também -1,78%) não tiveram como ajudar Vale (ON +0,91%) e as siderúrgicas (à exceção de CSN ON, -2,12%) a carregar o Ibovespa nesta terça-feira, moderadamente negativa para os papéis de grandes bancos, exceto Santander Brasil (Unit +0,34%). Na ponta do Ibovespa, destaque para Embraer (+3,88%), Raízen (+3,44%), 3R Petroleum (+3,07%) e Azul (+2,83%). No lado oposto, Natura (-17,49%), após o balanço do quarto trimestre, à frente de CVC (-7,89%) e Rede D´Or (-5,07%).

O índice de consumo, que reúne ações com exposição à economia doméstica, fechou o dia em baixa de 1,48%, enquanto o de materiais básicos, que concentra as ações de commodities, expostas à demanda externa, subiu 0,31%. "Os juros altos são um freio para a economia, é possível que o crescimento do PIB fique abaixo de 1% este ano. E isso se reflete na Bolsa, especialmente nas ações do setor de varejo. Fica a questão se os juros (Selic) estão em nível adequado, com o freio que se coloca sobre a produção e o consumo", observa Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos.

Estadão
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