Para geração Z, saúde, educação e meio ambiente devem ser focos do governo em retomada, diz pesquisa
Levantamento da Dell aponta prioridades de jovens brasileiros e de outros países em cenário pós-pandemia e de mudanças climáticas
Os jovens da Geração Z, nascidos entre 1996 e 2010, esperam que o governo foque nas áreas de saúde, educação e em gastos ambientalmente corretos na retomada econômica pós-pandemia, apontou uma pesquisa realizada pela empresa de tecnologia Dell, principalmente entre os brasileiros.
Questionados sobre três áreas que devem ser priorizadas, 64% dos brasileiros incluíram saúde e 57% educação; em terceiro lugar apareceu a economia circular para reduzir o desperdício de resíduos (50%). Todos ficaram acima das médias mundiais (respectivamente, 46%, 34% e 39%). Outras ações que ficaram bem cotadas entre os brasileiros foram investir em energias renováveis (47%) e garantir um transporte público mais sustentável (40%).
"Os governantes não passam para essa geração que tem a visão de futuro que precisam projetar", comenta Assaf. A fala é corroborada por outra pesquisa da Dell, a "Tendências de investimento em TI para o segmento governo no Brasil", que revelou que 70% dos principais cargos da administração pública do País não possuem uma agenda para dar continuidade à transformação digital da gestão por meio do uso de tecnologia e inovação.
Assim, o baixo uso da tecnologia diminui a confiança nos atores públicos. "Os jovens veem a tecnologia com todo o potencial que ela tem, usam os apps e redes sociais, aí vão pegar o ônibus e não sabem quando chega e quando sai, tem que fazer consultas médicas presenciais e ir buscar os remédios, na escola não tem recursos", cita o diretor da empresa que realizou a pesquisa.
A expectativa é que os governos consigam criar cidades realmente inteligentes e conectadas para qualificar a vida dos cidadãos com a inteligência de dados. Um exemplo seria na reposição de remédios no setor público, impedindo ao mesmo tempo o desperdício e a falta, o uso em sala de aula pelos professores ou a informação sobre os horários dos ônibus. Para isso, os governos devem incluir a tecnologia na agenda e notar o quanto podem ganhar de votos se assim o fizerem, além de contar com a ajuda das empresas.
Economia x Ambiente
A pesquisa mostrou ainda que 37% dos jovens aceitariam abrir mão de um crescimento econômico de curto prazo caso o governo se comprometesse em uma estratégia de investimento de longo prazo voltado para ações sustentáveis. Também demonstrou que 62% afirmou que o fornecimento de energia deve vir de fontes limpas e renováveis, enquanto 36% consideram que a energia deve ser de baixo custo, independentemente de qual fonte ou quão verde seja.
Apesar da disposição de parte da geração Z, o crescimento econômico e a preservação ambiental são perfeitamente conciliáveis - uma nova 'bioeconomia', com a tecnologia como aliada, novos instrumentos financeiros e que seja ao mesmo tempo ambiental e socialmente correta é a tentativa. O crescimento da energia renovável é um exemplo, já que, conforme ganha escala, mais barata se torna, e o uso de dados ajuda a impedir desvios, desperdícios e vazamentos.
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