Proposta de novo arcabouço no Brasil é ambiciosa e atende a necessidades sociais, diz diretor do FMI
Nigel Chalk afirmou estar 'impressionado' com o ajuste fiscal proposto pelo governo Lula para o médio prazo
WASHINGTON - O diretor-adjunto do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI) e chefe de missão para os Estados Unidos, Nigel Chalk, afirmou que a proposta de um novo arcabouço fiscal brasileiro é positiva no médio prazo e traz metas ambiciosas para o orçamento do governo brasileiro. Além disso, as regras, que ainda dependem de aprovação, também endereçam necessidades sociais, o que é importante, na sua visão.
"É bom que os brasileiros estejam pensando em uma estrutura fiscal, uma estrutura institucional para a política fiscal... Estamos bem impressionados com o ajuste fiscal proposto para o médio prazo, no sentido de aumentar o resultado primário", avaliou Chalk, em coletiva de imprensa, nesta tarde. "Isso permitirá um bom equilíbrio", acrescentou.
Embora "ambicioso", o novo arcabouço considera as necessidades sociais do País, conforme ele. "Acho muito importante equilibrar essas duas coisas", avaliou.
"As ideias ainda estão evoluindo por lá. Vimos algumas propostas, estamos analisando-as", reforçou Chalk. Segundo ele, o FMI está contato com o governo brasileiro e deve fazer uma visita ao País no próximo mês, quando espera ter mais informações sobre o novo arcabouço brasileiro.
Chalk reforçou ainda o alerta do FMI para que os juros no Hemisfério Ocidental permaneçam elevados neste ano e em partes do próximo como uma forma de combater a inflação e evitar que ela fique enraizada nas economias. "Isso orientará a inflação de volta para a meta até o fim de 2024 ou início de 2025?, avaliou.