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Tebet anuncia seu 'dream team' em rigor com gasto 'para não errar' e mercado reage bem

Tebet disse que no "coral" da orquestra montada para a sua equipe a partitura única é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

11 jan 2023 - 16h50
(atualizado às 17h05)
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Simone Tebet é Ministra do Ministério do Planejamento e Orçamento
Simone Tebet é Ministra do Ministério do Planejamento e Orçamento
Foto: Pedro França / Futura Press

Ao anunciar os primeiros cinco nomes do seu "dream team" em rigor fiscal, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que a prioridade é gastar bem com o pouco que se tem. Ela disse que o governo será rigoroso na decisão "do que gastar e como gastar".

Segundo ela, esse objetivo requer avaliação periódica, com monitoramento, das políticas públicas executadas em todos os ministérios da ao lado do Ministério da Fazenda, que tem a chave do cofre da União nas mãos. Ela disse que na escolha da equipe procurou diversidade de pensamento econômico. "São os diferentes que vão fazer com que a gente possa chegar ao denominador comum e não errar".

Num rápido pronunciamento, Tebet disse que no "coral" da orquestra montada para a sua equipe a partitura única é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a ministra do MDB, o que o presidente determinou é garantir "cidadania" no Orçamento. "O pobre dentro do Orçamento, as mulheres, a diversidade, jovens e idosos, e políticas públicas essências", afirmou.

Os juros futuros e o dólar à vista renovaram as mínimas na última hora de negócios, à medida que o investidor acompanhou o discurso da ministra ao anunciar seu secretariado. Tebet garantiu que ela e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, serão "rigorosos sobre como gastar".

Ela anunciou duas mulheres e três homens e prometeu maior diversidade de raça e gênero na equipe. "Fizemos questão de mostrar que aqui tem igualdade de gênero Temos três homens e três mulheres comando esse ministério tão importante", disse ela, ao se incluir na conta. "É uma missão árdua porque o resultado do planejamento vem a médio prazo. Não esperem resultados imediatos, mas já interferindo desde o primeiro interferindo nas decisões fundamentais".

Tebet reconheceu a ausência de pessoas não brancas no seu secretariado e contou que tentou levar como secretária-executiva-adjunta a economista Vilma Pinto, que é negra e atualmente diretora da Instituição Fiscal Independente (IFI). Ela também foi sondada para compor a equipe de Haddad. "Nós tivemos longas conversas a respeito e chegamos à conclusão conjunta que, por mais experiente e importante que ela seria nesse conjunto conosco, ela está cumprindo papel muito relevante no Senado. E, no popular né, não dá pra vestir um santo desvestindo o outro."

Para ser o seu braço direito, Tebet escolheu como secretário-executivo o economista Gustavo Guimarães. Especialista em estatística, mestrado em economia e tem doutorado na Universidade de Brasília. Foi secretário parlamentar no Senado, além de ex-secretário de Avaliação, Planejamento e Energia e ex-secretário-especial adjunto da Fazenda, ambos cargos na equipe do ex-ministro da Economia Paulo Guedes. Trabalhou no Banco Central e no Banco do Brasil. É professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). Foi cedido pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Leany Lemos foi a escolhida para o comando da Secretaria de Planejamento. Ela tem mestrado e doutorado pela UNB, pós-doutorado pelas universidades de Oxford e Princeton. Leany foi secretária de Planejamento do governo do Estado do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal. Presidiu o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). É servidora de carreira do Senado.

Para comandar a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), o escolhido foi o economista Paulo Bijos, consultor de orçamento do Congresso e doutorando em ciência política pela UNB. Já trabalhou como analista da SOF e auditor no Tribunal de Contas da União (TCU). O nome de Bijos já era dado como certo. "Eu poderia dar os pêsames para o Paulo, mas ele é tão eficiente que eu só tenho que dar parabéns", brincou a ministra numa referência ao fato de que a SOF é a pasta da Esplanada que tem que dizer "não". "Tem que sempre estar dizendo: isso não pode, isso não dá, pode gerar um crime de responsabilidade fiscal, isso não consta na lei orçamentária...", explicou.

A Secretaria de Financiamento Externo e Integração Nacional ficou com Renata Amaral, que mora nos Estados Unidos e aceitou o convite para voltar ao País e compor a equipe da ministra. É professora de comércio internacional na Universidade Washington. Segundo Tebet, Renata possui vasta experiência em direito internacional e econômico, comércio exterior, e atuou em órgãos multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC).

"É muito importante porque essas negociações internacionais e conexões com nossos parceiros nas negociações tanto regionais como bilaterais são fundamentais. Estamos falando da China, Estados Unidos, Mercado Comum Europeu, Mercosul e da América Latina com um todo", explicou a ministra, a única a falar na apresentação. Segundo a ministra, com o brasileiro Ilan Goldfajn na presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), muitos recursos poderão ser destinados ao Brasil, especialmente para os municípios, e também para os Estados.

O professor Sergio Firpo, economista e professor do Insper, foi escolhido para a Secretaria de Avaliação e Monitoramento de Políticas Públicas. Tem graduação pela Universidade de Campinas e mestrado pela PUC do Rio de Janeiro. Essa é uma das secretarias mais importantes do novo ministério porque vai avaliar os programas e políticas e recomendar mudanças ou até mesmo o fim dessas políticas. Essa avaliação também vale para as novas políticas que serão implementadas pelo governo Lula.

A ministra contou que vai trabalhar também para garantir maior diversidade de raça e gênero e tem conversado com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e do grupo "Elas no Orçamento" para aumentar ea representatividade na equipe.

No anúncio, a ministra fez questão de voltar a ressaltar a importância do seu ministério e que está trabalhando em total sinergia com outras áreas do governo. Ponderou, no entanto, que isso não significa que não haverá ideias diferentes e debates nas discussões de portarias e decretos. "É assim que funciona. Não tem nada a ver com questão ideológica e muito menos partidária", afirmou ela, que não respondeu perguntas.

Ao ser questionado sobre a nova regra fiscal em discussão no governo, a ministra disse apenas que tem conversado com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. E acrescentou que está sendo chamada quase todos os dias para reuniões que tratam de todos os assuntos interministeriais.

Estadão
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