Tesouro Educa+: entenda o que é, como funciona e se vale a pena
Novo título do Tesouro Direto é voltado para pais que desejam investir na educação dos seus filhos, como pagamento da faculdade
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O Tesouro Nacional lançou em agosto de 2023, em parceria com a B3 - a Bolsa de Valores do Brasil - títulos públicos voltados para o financiamento da educação universitária. Chamado de Tesouro Educa+ (leia-se Educa Mais), o título têm como objetivo estimular as famílias na formação de uma poupança para financiar o estudo dos filhos na universidade ou em um intercâmbio.
O início das transações foi marcado pela tradicional cerimônia de toque de campainha na sede da bolsa, em São Paulo, além de contar com a participação do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, da secretária adjunta do Tesouro Nacional, Viviane Varga, do CEO da B3, Gilson Finkelsztain, e de um dos especialistas que inspirou a criação do título, o chairman da Mcube Investment Technologies LLC, Arun Muralidhar.
O que é o Tesouro Educa+
O Tesouro Educa+ é o nome do novo título do Tesouro Direto, disponível desde o dia 1º de agosto de 2023. O título tem uma estrutura que permite ao investidor planejar o futuro financeiro dos filhos. Com o novo papel, será possível investir de 3 a 18 anos e receber o retorno do investimento, corrigido pela inflação, em parcelas mensais, durante cinco anos (ou 60 meses), a partir de uma determinada data escolhida pelos responsáveis no momento da compra do título.
"Esse novo título do Tesouro Direto foi especialmente desenvolvido para apoiar o ciclo educacional, fornecendo uma renda extra mensal para custear os estudos no momento em que o jovem mais precisa de apoio. Ao engajar toda a rede de suporte familiar e amigos, queremos contribuir significativamente para um futuro educacional mais sólido e seguro para nossas crianças e jovens. Essa ação pioneira reflete nosso compromisso em promover uma cultura financeira consciente desde cedo nas famílias brasileiras”, disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
O Tesouro Educa+ foi inspirado em estudos dos professores Robert Merton (Prêmio Nobel Economia 1997) e Arun Muralidhar, que introduziram o conceito de SeLFIES, (Standard-of-Living, Forward-starting, Income-only Securities), produtos financeiros que facilitam o processo de poupar para um planejamento educacional. Conforme o conceito, ele é acessível a qualquer pessoa, que pode determinar a quantidade de ativos que deseja adquirir, com taxas de retorno competitivas, de baixo custo e baixo risco.
Como funciona?
Inicialmente, serão disponibilizados 16 títulos, com a primeira conversão em 2026 e a cada ano subsequente. O valor mínimo de cada aplicação é de R$ 30. O Tesouro Educa+ terá liquidez diária e o investidor que vender o título antecipadamente receberá o preço de mercado.
Além disso, os títulos garantem proteção contra os efeitos da inflação, com a renda proporcionada pelo acúmulo de títulos ao longo dos anos sendo corrigida pelo IPCA, além de uma taxa real, dando mais segurança para o investidor planejar seu futuro.
O investidor que realizar o resgate antecipado dos títulos no período inferior a 7 anos pagará taxa sobre o valor de resgate de 0,50% ao ano. Entre 7 e 14 anos, a taxa cobrada será de 0,20% a.a. Acima de 14 anos, 0,10% a.a. O vencimento do título só ocorre após o final dos 60 fluxos mensais de pagamentos.
Como investir?
Como visto, no Tesouro Educa+ você pode começar a investir a partir de aproximadamente R$ 30 por mês. No simulador, disponível no site do Tesouro Direto (clique aqui), você responde a apenas cinco perguntas e já sabe qual o título mais apropriado para investir e realizar os aportes mensais.
Primeiro você preenche nome e idade do seu filho, depois a idade aproximada que ele irá iniciar a universidade, qual o valor da renda que se quer receber mensalmente do Tesouro para poder pagar a mensalidade do curso universitário e, por último, o investimento inicial.
Quanto investir?
De acordo com estimativas do Tesouro, para que um jovem tenha uma renda mensal de R$ 500 durante 5 anos, através do Educa+, a família precisaria investir: R$ 81 por mês durante 18 anos; e R$ 164 por mês durante 11 anos (começando a investir quando o filho já tiver 7 anos).
Para simular outros valores a ser recebido, o investidor precisa entrar na plataforma do Tesouro Direto, colocar a idade atual do filho, com quantos anos ele deve ingressar na faculdade no futuro e qual valor você pretende receber após o período de acumulação.
O que é Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido para proporcionar a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas. Lançado em 2002, o Programa surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos, fomentar a formação de poupança e ser instrumento de educação financeira.
Atualmente, o programa conta com mais de 2,2 milhões de investidores ativos e mais de R$ 120 bilhões de estoque. A emissão de títulos é 100% garantida pelo Tesouro Nacional. As negociações são realizadas pela internet e o valor mínimo de investimento é de aproximadamente R$ 30,00.
O produto oferece títulos com diferentes tipos de rentabilidade (prefixada, ligada à variação da inflação ou à variação da taxa de juros básica da economia - Selic), diferentes prazos de vencimento e fluxos de remuneração. Além disso, oferece liquidez diária e liquidação de resgate no mesmo dia, sendo a aplicação de menor risco de crédito do mercado.
Em janeiro de 2023, começou a ser negociado o Tesouro Renda+, Aposentadoria Extra, que amortiza todo o fluxo investido no produto em 240 prestações mensais, com o objetivo de ser uma renda auxiliar no período da aposentadoria. O título já conta com 52 mil investidores e mais de R$ 1 bilhão em volume aplicado.
