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UFRJ fecha acordo de R$ 16 milhões com empresa chinesa para projetos de energia eólica em alto-mar

Instituto de pesquisa irá estudar integração entre energias eólica, solar e das ondas para a descarbonização das atividades de óleo e gás na região do pré-sal

25 ago 2023 - 17h34
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RIO - A Coppe/UFRJ e a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) fecharam um acordo para estudar, pelos próximos três anos, dois projetos ligados à energia eólica offshore, sendo um deles inovador por integrar as gerações de energia eólica, solar e das ondas para a descarbonização das atividades de óleo e gás na região do pré-sal, em profundidades entre 500 e 2.500 metros.

Outro projeto vai investigar as turbinas eólicas flutuantes em profundidades entre 60 e 150 metros, informou a Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia), na quinta-feira, 24.

O acordo envolve um financiamento de R$ 16 milhões e será liderado pelo Grupo de Energias Renováveis no Oceano (Gero), ligado ao Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da Coppe.

"No primeiro projeto (de 60 a 150 metros), buscamos sistemas eólicos flutuantes que sejam competitivos tanto em desempenho quanto em custo da energia. Avaliaremos o desempenho das estruturas com grau de maturidade tecnológica (TRL) superior a 4 (de uma escala de 9) e métodos construtivos que possam dar maior competitividade às plataformas flutuantes", explica o professor Segen Estefen, do Programa de Engenharia Oceânica (PEnO) e coordenador do Gero.

Brasil tem grandes projetos de energia eólica como este na praia de Tourinhos, no município de São Miguel do Gostoso (RN)
Brasil tem grandes projetos de energia eólica como este na praia de Tourinhos, no município de São Miguel do Gostoso (RN)
Foto: JF DIORIO/ESTADÃO / Estadão

Os projetos vão contar com a participação de mais de 30 pesquisadores, de quatro diferentes laboratórios da Coppe, que atuarão em diversas áreas, incluindo hidrodinâmica, aerodinâmica, estrutural, controle de potência, oceanografia, meteorologia, estimativa de custo, otimização, e inteligência artificial.

Segundo Estefen, o Laboratório de Tecnologia Submarina coopera com a Universidade de Petróleo da China desde 2001, e a parceria com a CNOOC é uma continuidade dessa colaboração com instituições chinesas.

Já conforme o professor do PEnO/Coppe, Milad Shadman, também pesquisador do Gero, o projeto foca na avaliação destas turbinas em águas intermediárias, de 50 a 150m, no Sul, Sudeste e Nordeste, onde os ventos são mais fortes. Os estudos envolverão acoplamento dos carregamentos aerodinâmico, hidrodinâmico, linha de ancoragem e também análise estrutural.

Híbrido

O segundo projeto, voltado para instalações de parques híbridos de eólica, energia das ondas e solar flutuante, envolve análise acoplada da aerodinâmica e da hidrodinâmica das turbinas, avaliação do comportamento estrutural, e o desempenho das linhas de ancoragem em águas ultraprofundas, o que traz grandes desafios no sistema de ancoragem.

Atualmente, as plataformas do tipo FPSO são energizadas por turbinas a gás natural, e a proposta é começar um processo de descarbonização do abastecimento de energia tanto destas plataformas quanto dos sistemas submarinos de produção, informou a Coppe.

Como as energias renováveis a serem utilizadas são intermitentes, o projeto irá avaliar o uso de baterias para a estabilização do fornecimento de eletricidade. Os pesquisadores consideram o projeto como bastante arrojado para contribuir com a descarbonização da produção de óleo e gás em campos offshore, que costumam ser produtivos por mais de 25 anos.

Na avaliação de Milad, é um grande desafio instalar sistemas flutuantes em águas profundas. "A questão de linha de ancoragem é muito importante quando falamos de profundidades superiores a 2000 metros. Como o sistema de conversores de onda é relativamente pequeno em relação aos conversores eólicos, com boias de cerca de cinco metros de diâmetro e peso de cerca de 50 toneladas, uma alternativa em avaliação é a utilização de ancoragem compartilhada para os diferentes módulos de conversão eólica, de ondas e solar", explica o professor da Coppe.

Os projetos com a CNOOC serão focados em simulações computacionais do comportamento dos sistemas e, no terceiro ano, testes experimentais em modelos reduzidos no Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano) da Coppe.

Estadão
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