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Vendas de combustíveis por distribuidoras crescem 2,5% em 2022; diesel bate recorde, diz ANP

31 jan 2023 - 20h19
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As vendas de combustíveis por distribuidoras no Brasil cresceram 2,5% em 2022 ante o ano anterior, para aproximadamente 143 bilhões de litros, com impulso da comercialização de óleo diesel diante do aquecimento da economia e de uma safra recorde de grãos, apontaram especialistas.

Bocal de bomba para abastecimento de combustível em posto de Brasília
31/01/2023
REUTERS/Adriano Machado
Bocal de bomba para abastecimento de combustível em posto de Brasília 31/01/2023 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O volume foi o maior desde 2014, quando as distribuidoras registraram um recorde de vendas de 144,58 bilhões de litros de combustíveis, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O diesel --combustível mais comercializado do país-- bateu recorde de vendas pelas distribuidoras, de 63,23 bilhões de litros no ano passado, alta de 1,8% ante 2021, mostrou a ANP.

O diesel é um importante combustível para o transporte da safra de grãos brasileira, que foi estimada em um recorde no ano passado, pontuou o ex-diretor da ANP Aurélio Amaral.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país colheu históricos 271,2 milhões de toneladas na temporada de 2021/22.

Dentre os motivos para as vendas recorde de diesel, o especialista apontou também o reaquecimento da economia brasileira, após os efeitos da pandemia de Covid-19. "Mas, essencialmente, o crescimento da safra que representa o crescimento do diesel no país", frisou Amaral.

O sócio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo, destacou que o volume de diesel vendido em 2022 superou em 10% a média dos últimos cinco anos. "Esse número traz a perspectiva de uma atividade econômica mais forte e isso trouxe o consumo do diesel em si", afirmou.

As vendas de gasolina, por sua vez, registraram alta de 9,5%, para 43 bilhões de litros, maior volume desde 2017, quando foram comercializados 44,15 bilhões de litros.

"A gasolina acabou tendo um componente a mais para esse consumo que foi a desoneração dos tributos (federais) que foi muito mais impactante para gasolina do que para o óleo diesel", disse Melo à Reuters.

A isenção dos tributos acabou trazendo uma vantagem competitiva para a gasolina frente ao etanol hidratado, seu concorrente direto nas bombas, já que as taxas que incidiam sobre o biocombustível eram inferiores.

Nesse cenário, as vendas do etanol hidratado caíram 7,5% no comparativo anual, para 15,53 bilhões de litros, mostrou a ANP.

O governo de Jair Bolsonaro zerou Pis/Cofins para diesel e gasolina em meados do ano passado, assim como para outros combustíveis, em busca de atenuar efeitos da inflação. A desoneração foi ampliada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva até o fim de fevereiro, para gasolina, e até o fim do ano para o diesel.

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