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7 tendências reais para o mercado de criptoativos em 2023

Depois de uma temporada conturbada em 2022, as criptomoedas devem se recuperar em 2023

12 jan 2023 - 01h00
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Foto: Adobe Stock

2022 acabou e agora chegou o momento de planejar os investimentos para 2023. As criptomoedas estão mais presentes na nossa economia, mas muitas pessoas e empresas ainda têm dúvidas sobre o mercado cripto.

Para investir conscientemente e aumentando as chances de ganhos e de sucesso no mundo dos criptoativos em 2023 é necessário ter uma reflexão sobre 2022 e o que mais importante aconteceu no último ano, analisando diversos aspectos, como tendências econômicas e políticas.

 2022, o ano das baixas

O ano de 2022 foi repleto de muitas reviravoltas no mercado. A Guerra da Ucrânia tem afetado muito a confiança dos investidores no mundo todo. Além disso, o aumento da taxa de juros pelo FED, o banco central dos EUA, o aumento da inflação e a retração da economia global afetaram muito o mercado de criptoativos e, é claro, as próprias criptomoedas. Um exemplo claro disso foi a volatilidade do preço do Bitcoin, dentre outras. 

No Brasil, especificamente, tivemos as eleições presidenciais e os seus desdobramentos.

 Além disso, o ano terminou com a quebra da FTX, impactando ainda mais o mercado. Essa volatilidade, apesar de ter sido negativa, também trouxe oportunidades de bons negócios e ganhos para os traders e nos faz refletir que é preciso estar sempre atento às tendências macroeconômicas, sociais e políticas que afetam a rotina do trade.

Sete tendências para 2023

  • • Regulamentação

Com a regulamentação dos criptoativos aprovada no congresso e sancionado pelo presidente em dezembro, o Brasil caminha para ter uma estrutura sólida em relação à segurança jurídica do mercado. Embora o projeto tenha deixado alguns pontos importantes fora do texto aprovado, a regulamentação é um marco importantíssimo para a criptoeconomia brasileira.

 A legislação tem o objetivo de regulamentar os serviços e prevenir a lavagem de dinheiro envolvendo criptoativos. Com a nova lei ficará muito mais difícil para players pouco profissionais crescerem no mercado e com certeza não veremos mais casos famosos envolvendo esquemas de pirâmides financeiras milionárias.

A regulamentação deixará o mercado mais atrativo aos investidores, consequentemente trazendo a criação de novos empregos e o desenvolvimento de novas tecnologias no setor.

  • • CBDC e Real Digital

Em 2022, vimos uma crescente nos mercados mundiais e esse movimento está chegando no Brasil com o CBDC, sigla para Central Bank Digital Currency. O Banco Central anunciou para 2024 o lançamento do Real Digital, a versão digital da nossa moeda tradicional, porém, um teste deverá ser lançado ainda em 2023. Como ela é uma moeda de circulação, será regulada pelo Bacen, a autoridade monetária brasileira, o que a torna centralizada, divergindo de todas as criptomoedas disponíveis atualmente no mercado brasileiro.

 Outra importante diferença do projeto é que o CBDC é tratado como uma moeda do dia a dia e não como um ativo. Por exemplo: com ele será possível pagar uma conta de água, luz, telefone de forma rápida, bem semelhante ao Pix.

Essa é uma tendência mundial para os próximos anos, países como Estados Unidos, Coreia do Sul e Suécia já anunciaram a criação de suas moedas e outras grandes potências como Japão e Reino Unido estão em fase avançada de estudo para o lançamento das suas.

  • • NFTs

Em 2022, os NFTs não tiveram o crescimento esperado que havia sido projetado pelo mercado. Porém, para 2023 é previsto que os tokens não fungíveis se encaixem no modelo de negócios de empresas tradicionais, como aconteceu na Copa do Mundo de 2022, onde foram utilizados para a venda de produtos exclusivos da competição.

Outro ponto importante é que os NFTs vão desafiar alguns modelos de negócios tradicionais, descentralizando a economia de companhias já consolidadas no mercado, por exemplo, empresas de jogos eletrônicos tem a tendência de aderir a essa tecnologia, seja vendendo customizações para os personagens nos jogos por NFT ou até mesmo explorando as possibilidades infinitas do metaverso.

O grande diferencial do NFT é que ele carrega um valor, não fica restrito a uma plataforma específica, ou seja, quem adquire um NFT tem um produto único com um valor agregado que pode ser explorado.

  • • Web3

A Web3 ou Web 3.0 é uma nova fase da internet, nela os usuários têm o controle total de suas atividades online, dando mais privacidade e liberdade às pessoas. Antes os dados ficavam armazenados nas big techs do setor, e nesse momento a proposta é a descentralização dos serviços de internet tradicionais, que vão desde conversas até transações financeiras.

 Para 2023 é esperada uma maior adoção dos tokens operacionais dentro da Web3, eles funcionam com as informações necessárias para realizar operações financeiras que antes eram realizadas da forma tradicional, geralmente mais lenta e burocrática.

Além disso, a previsão do total de jogadores mensais na Web3 tem grandes expectativas de aumento à medida que vários jogos triple-A chegam ao mercado. O mercado total endereçável (TAM) em jogos tradicionais é enorme, com US$ 300 bilhões e 3,2 bilhões de pessoas em todo o mundo. O jogo é uma atividade nativa digital e os itens do jogo (também conhecidos como ativos digitais) já estão sendo comprados e usados por centenas de milhões de jogadores em todo o mundo.

Em todo o setor, as empresas de jogos têm contratado especialistas em blockchain, NFT e criptografia enquanto buscam a próxima evolução nos jogos. Com jogos blockchain e plataformas metaversas a caminho de atrair US$9 bilhões em investimentos de capital de risco este ano, as chances de um grande sucesso em 2023 são enormes.

  • • DAO

Uma DAO ou Organização Autônoma Descentralizada, são organizações que funcionam de forma descentralizada, permitindo um gerenciamento sem hierarquia e burocracias. Em 2023 é aguardado que mais DAOs sejam criadas, já elas têm uma grande importância na critoeconomia, considerando que seus pontos principais foram a base da criação do Bitcoin.

As DAOS permitem a criação de contratos inteligentes em uma Blockchain, garantindo a segurança em todas as etapas. Acredito que por serem organizações de código aberto e que trabalham de forma transparente, em 2023 elas têm tudo para se popularizarem no mercado cripto.

  • • Bitcoin

O Bitcoin passou por muitas oscilações, mas não perdeu seu posto de moeda mais importante. É verdade que o ativo enfrentou algumas quedas durante o ano passado, mas anteriormente, em período de baixa, o Bitcoin chegava ao valor aproximado de doze mil reais, quando hoje o ativo mesmo em queda contínua em média na casa dos R$ 90 mil.

A economia passa por um momento de instabilidade no geral, mas a quebra de algumas empresas e o aumento da taxa de juros não mudam o fato que a criptoeconomia já está consolidada e que o BTC vai continuar sendo importante para os traders com um caminho muito promissor. 

Além disso, existe uma grande probabilidade de que a guerra na Ucrânia continue durante 2023. Com isso, muito capital do continente europeu seria enviado para os Estados Unidos. E se o Euro cair abaixo da paridade com o Dólar, como já aconteceu antes em 2022, é bem provável que muitos europeus vão ver o Bitcoin como uma boa opção de investimento.

  • • Ethereum

O Ethereum passou em 2022 pela maior atualização da história dos criptoativos e o “The Merge” abriu caminho para o aumento das transações na moeda. Em 2023, ela vai continuar nesse caminho com novas atualizações que vão atrair ainda mais investidores.

Um ano importante para as criptomoedas no Brasil 

2023 será um ano muito importante para o mercado cripto no Brasil. Os traders terão mais opções de investimentos e, com um mercado regulado, os criptoativos irão se tornar cada vez mais parte do nosso dia a dia. 

Porém, para que isso ocorra, os investidores precisam realizar seus investimentos de forma consciente, estratégica e baseada nas tendências políticas, econômicas e sanitárias que afetarão o mercado durante todo o ano.

(*) César Felix é gerente de Customer Experience da exchange brasileira NovaDAX.

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