Ambev (ABEV3) deve aumentar dividendos e contornar impostos mais altos, diz BofA
Em nova análise sobre as ações da Ambev (ABEV3), analistas do Bank of America (BofA) reiteraram otimismo com os papéis, reforçando recomendação de compra. O preço alvo da casa é de R$ 17,50 por papel, ao passo que a cotação atual fica no patamar de R$ 13.
Além disso, os analistas da casa esperam um aumento no pagamento de dividendos da Ambev para o ano que vem, prevendo que o dividend yield (DY) suba para 8,8% - e então se estabilize nesse patamar também para o ano de 2025.
Atualmente, segundo dados do Status Invest, o Dividend Yield da Ambev é de 5,8%, com R$ 0,76 pagos por ação no acumulado dos últimos 12 meses.
Contudo, o que de fato motivou os analistas a revisarem sua tese para ABEV3 foi a possível mudança da dinâmica tributária que pode vir a afetar a companhia - e consequentemente sua rentabilidade e outros indicadores relevantes nos balanços financeiros.
Isso levando-se em conta que o tema do fim dos Juros Sobre Capital Próprio (JCP) está sendo ventilado e sua concretização está sendo considerada por analistas de sell side de um modo geral.
"Acreditamos que o fim do JCP está precificado, depois que as ações da Ambev caíram 15% nos últimos três meses, ante uma baixa de 3,8% do Ibovespa. Estimamos que isso teria um impacto negativo isolado sobre Valor patrimonial da companhia de cerca de R$ 0,6 por ação", diz o BofA.
"Isso pressupõe que o JCP não esteja incluído na perpetuidade do modelo DCF. de acordo com a nossa abordagem. Acreditamos que alavancar o balanço é a principal alternativa para compensar esse impacto. Ao trazer gradualmente a alavancagem para 0,3x Líquida Dívida/EBITDA até 2026, o custo médio de capital poderá diminuir 50bps", completa.
Segundo a casa, essa implicação seria suficiente para compensar totalmente o impacto dos pagamentos de impostos mais elevados sobre o valor patrimonial e manter inalterado o retorno total para os acionistas.
Desempenho das ações da Ambev
As ações da Ambev sobem 1,23% no intradia desta quarta-feira (4), a R$ 13,21. Os papéis somam queda de mais de 4% nos últimos 30 dias, e acumulam uma retração de 6,8% desde o início do ano de 2023.