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Dia do Cliente: é importante planejar agora o fim do ano

Para especialista, data pode ser um ponto de partida para um planejamento estratégico

14 set 2022 - 01h00
(atualizado em 15/9/2022 às 12h02)
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Camila Salek, da Vimer Retail Experience
Camila Salek, da Vimer Retail Experience
Foto: Divulgação

No dia 15 de setembro é comemorado o Dia do Cliente e, assim como a Black Friday no Brasil, a data acaba sendo ampliada em ativações que duram uma semana ou até um mês inteiro. Mas o que ela tem de tão importante, além do potencial de alavancar as vendas? Ela é a penúltima grande data sazonal antes da chegada do Natal, a principal data de vendas do calendário comercial.  

De acordo com Camila Salek, especialista em varejo e fundadora da Vimer Retail Experience, o Dia do Cliente pode ser uma importante chance para as marcas começarem a planejar o fim de ano, para que ele traga mais resultados. 

“Muitas vezes o varejo é colocado na divisão tática do plano estratégico de uma marca e todo seu planejamento fica para a última hora. Precisamos mudar este mindset e começar a antecipar o cronograma do final de ano com ativações contínuas mais imersivas e impactantes, que possam ser implementadas de forma faseada, acompanhando e respondendo expectativas de produto, preço e experiência do consumidor”, diz ela. 

Segundo semestre é vital para o varejo

O segundo semestre, segundo ela, é um  momento importante em que o varejo deve fazer um balanço. 

“Questionar o que fez até aqui e o que precisa movimentar nos próximos meses para fechar os resultados do ano”, pontua Camila.

Um planejamento bem estruturado permite que o varejo não foque somente nos três últimos meses do ano, tornando o ciclo do setor insustentável, cansativo e oneroso. “Isso diz sobre trabalhar uma visão estratégica de longo prazo, o que ainda não é uma prática no mercado e reflete diretamente no consumidor, que acaba refém de ações pouco relevantes”.

Termômetro do mercado

De acordo com Camila, a relação entre as datas sazonais do segundo semestre, pode ser vista por dois vieses. Um deles é dentro do próprio planejamento estratégico. 

“O Dia do Cliente já pode trazer indicadores de como o mercado está respondendo ou buscando a marca. Quem souber ouvir o consumidor, já pode extrair excelentes insights deste momento".

Essa observação possibilita um fato de suma importância para o sucesso do varejo: a obtenção de dados. 

“Precisamos entender que a loja é um espaço de pesquisa direta com o consumidor e podemos captar dados durante o Dia do Cliente, que possam trazer insumos para potencializar mais tarde as ações de Best Friday e Natal",  enfatiza a especialista.

Relacionamento é tudo

Um dos grandes erros do varejo, de acordo com a fundadora da Vimer, é o fato de se preocupar somente que o cliente compre em uma determinada data sazonal, e não ter o foco de construir um relacionamento longevo. 

“Não é sustentável querer resolver os resultados de um semestre inteiro em uma única data, que é o Natal. Muitas marcas focam esforços de ativações só neste momento, ao invés de criar um cronograma de varejo para direcionar investimentos contínuos, em campanhas que mantêm diálogos mais próximos e fidelizados dentro da régua de construção de relacionamento",  destaca a especialista.

“Quanto mais conhecemos e temos proximidade do consumidor, mais conseguimos levar ofertas e ativações relevantes e personalizadas e ter a conversão como uma consequência”.

Consciência do consumidor e oferta de benefícios

Hoje o consumidor tem grande acesso às informações, busca mais oportunidades, mais promoções, tem mais poder de escolha e maior autonomia para a tomada de decisão, por isso, outro grande destaque de Salek, está em trabalhar ativações de relacionamento focados em benefícios. 

“Sem um benefício de valor, o consumidor não estabelece vínculos com a marca. Precisamos entender o que ele espera da marca em cada momento, Dia do Cliente, por exemplo, é hora de falar de oportunidades comerciais", enfatiza. 

“Esses benefícios funcionais, podem ser colocados em um planejamento de longo prazo. Por exemplo, em ações de cashback onde o  consumidor compra da marca agora e ganha créditos para utilizar no Natal, ou vai acumulando pontuações até a troca por um prêmio ou brinde de final de ano”.

Camila destaca que a “conversa” com o consumidor ao longo de todo o período permite a obtenção de dados que podem gerar novos insights. “Com isso, o varejo consegue trabalhar com ofertas cada vez mais relevantes e isso não termina no Natal, segue para o ano seguinte, em um calendário de varejo inteligente, centrado no consumidor e em dados."

Desafios e boas perspectivas

Investir em ações antecipadas e contínuas reforça ainda mais as perspectivas positivas para o desempenho do setor no segundo semestre deste ano. De acordo com a Associação Brasileira do Varejo, as vendas do varejo devem crescer 12% nos últimos seis meses do ano, ante o primeiro semestre.

O Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) vem registrando aumento nominal das vendas do setor. Entre julho e agosto deste ano, a projeção de crescimento subiu de 7,8% para 9,3%.São números que, para Camila, mostram que se o varejo não sair atropelando os dias é possível obter resultados ainda mais promissores.

Redação Dinheiro em Dia
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