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Fui demitida em dois layoffs e agora apoio quem passa por isso

Duas funcionárias que passaram por demissão em massa duas vezes contam sobre sua experiência

15 fev 2023 - 06h00
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Cecília Campanharo se recuperou do baque e agora ajuda os outros
Cecília Campanharo se recuperou do baque e agora ajuda os outros
Foto: Arquivo Pessoal

“Estou usando um momento que é difícil para poder ajudar outras pessoas. E a gente sabe que ajudar outras pessoas é benéfico também para quem está ajudando”, conta Cecília Campanharo, profissional de recursos humanos.  Ela passou por dois desligamentos em massa em menos de um ano e agora usa seus conhecimentos para ajudar outras pessoas, de forma gratuita, a melhorarem suas chances de recolocação. 

Cecília teve o primeiro layoff na fintech Hash, logo antes de a empresa fechar, em agosto de 2022. Depois, veio o layoff da Me Poupe! em apenas cinco meses. Além disso, Cecília esteve dos dois lados: “Na Hash, antes de ser desligada, eu tive esse papel de fazer desligamentos. Estar nessa posição de desligar uma pessoa que é uma ótima profissional também é difícil”, contou. 

A profissional relata que, na Hash, desde janeiro a empresa dava sinais de dificuldades financeiras, então os desligamentos já eram esperados. Embora soubesse que possivelmente também seria mandada embora, escolheu ficar na companhia para ajudar a estruturar um processo de desligamento humanizado. 

Para enfrentar esse período, ela conversou com a família e se preparou psicologicamente e financeiramente: “Eu trabalhava no RH e queria passar por aquele momento, embora fosse difícil. Eu achei que seria importante participar dessa estratégia, para a minha carreira”, contou.

Mal passaram-se 30 dias...

Praticamente um mês depois de sair da Hash, Cecília entrou na Me Poupe!. Lá, a situação foi bem diferente da anterior. O clima era de boas perspectivas, inclusive com contratações: “Na festa de final de ano, chegavam a brincar que enquanto outras empresas faziam ‘layoff’ a Me Poupe faria um ‘lay-on’, isso era falado”, lembra. 

As reuniões de toda a empresa, na Me Poupe!, aconteciam quinzenalmente. A última que Cecília participou começou ouvindo Nathalia Arcuri contar a trajetória da empresa e terminou com a sua demissão online junto com 12 pessoas da sua área, ao mesmo tempo. Depois de falar de sua trajetória, a CEO agradeceu aos funcionários e disse que a empresa iria focar apenas no aplicativo, por isso algumas pessoas não fariam mais parte do processo, relatou Cecília.

Então começaram as reuniões dos times para saber quem iria ficar ou não: “Não houve um processo de desligamento humanizado”, avalia. 

Cecília também lamenta que na Me Poupe! não houve nenhum movimento da liderança para contribuir com  a recolocação dos ex-funcionários. Mas ao observar a dificuldade de alguns ex-colegas, Cecília começou a se colocar à disposição para dar dicas de currículo, LinkedIn e fazer uma simulação de entrevista. 

Daí veio a ideia de estender esse movimento para mais pessoas. Ela fez um post no LinkedIn disponibilizando parte da agenda para isso, e a iniciativa logo repercutiu: “Em 5 horas dois meses da minha agenda foram lotados”, conta. Outros profissionais de RH também liberaram horários na agenda para quem precisa, formando uma corrente de apoio iniciada a partir do exemplo de Cecília.

De empresa pequena a multinacional 

Outra profissional que passou por dois layoffs foi Adriana Bufalari, que esteve na 99 e na Buser e saiu nos cortes em massa em ambas. Adriana passou apenas três meses na Buser antes de ser desligada. Já na 99, Adriana passou seis anos, de 2016 a 2022, e viu a empresa crescer: “Eu entrei numa startup caseira e saí de uma multinacional, chinesa”, comentou. 

Apesar de ver a evolução da companhia, Adriana não teve tanto crescimento profissional em sua estada na 99: “Eu não soube aproveitar as oportunidades quando entrei, eu não tinha maturidade profissional para isso. E quando eu fui adquirindo, a régua da empresa já tinha subido muito. Então foi bom a curto prazo, mas no longo prazo não foi tão interessante”. 

Por isso mesmo, Adriana viu na Buser uma nova oportunidade: “Quando eu entrei na Buser, que eu vi o momento que ela estava, era o momento em que a 99 estava quando eu entrei, eu me animei muito, por que eu pensei ‘agora é a hora!’, eu fiquei muito entusiasmada”, lembra. 

Apesar de ter ficado pouco tempo, Adriana entende que foi demitida da Buser por a empresa enfrentar problemas regulatórios, e ficou satisfeita com o pacote oferecido no momento da demissão. Perguntada se voltaria a trabalhar em uma startup, Adriana não titubeia: “Eu voltaria a trabalhar numa startup e eu recomendo, acho que todo mundo devia ter essa experiência”, respondeu.  

Redação Dinheiro em Dia
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