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Artigo: Interoperabilidade de dados é chave na transformação digital da saúde

*Vanessa Gordilho é diretora-geral da QSaúde Não é nenhuma novidade que a pandemia de Covid-19 escancarou a urgente necessidade do mercado de saúde brasileiro de modernizar os seus processos, a partir da implementação de novas tecnologias, de modo que os serviços oferecidos à sociedade estejam em sintonia com a atualidade do mundo e com as […]

3 set 2022 - 09h48
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*Vanessa Gordilho é diretora-geral da QSaúde

Foto: Canva / Startups

Não é nenhuma novidade que a pandemia de Covid-19 escancarou a urgente necessidade do mercado de saúde brasileiro de modernizar os seus processos, a partir da implementação de novas tecnologias, de modo que os serviços oferecidos à sociedade estejam em sintonia com a atualidade do mundo e com as necessidades das pessoas.

Dentre as adequações necessárias, a interoperabilidade de dados - capacidade de um sistema se comunicar com outros, independentemente da tecnologia utilizada nos softwares e da localização geográfica deles - é o primeiro passo na jornada para que haja a transformação digital neste setor no país. 

A inexistência de sistemas conectados para o compartilhamento de informações, em tempo real, é um entrave que afeta várias empresas. No entanto, esse mercado apresenta a maior urgência para resolver a problemática, visto que ele impacta diretamente os serviços oferecidos pelas empresas do segmento, bem como o bem-estar das pessoas. 

Como exemplo claro de uma das consequências disso, podemos imaginar que uma pessoa fez um exame de rotina, mas o médico responsável por avaliar o exame nunca teve contato prévio com o paciente, além de não ter tido acesso ao prontuário com o histórico da saúde dessa pessoa. Esse atendimento "picado", em que o paciente é atendido por vários médicos sem que eles tenham o conhecimento total sobre o estado de saúde dessa pessoa, implica em atrasos para a descoberta de possibilidades preventivas para as doenças que possam surgir no organismo do paciente, que já estejam dando sinais mais sutis.

Uma vez que os sistemas estão conectados e os profissionais têm acesso completo ao histórico do paciente, situações como essa deixam de acontecer, otimizando o cuidado com a vida e a agilidade e qualidade dos serviços prestados pelo sistema de saúde.

Logo, com mais de 49 milhões de brasileiros com plano de saúde - segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) - a resolução deste entrave é de extrema urgência para que as empresas transformem a jornada do cliente, oferecendo serviços e atendimento de qualidade cada vez mais assertivos e ágeis. Além disso, contar com sistemas diferentes que atuam em sinergia garantem uma vantagem competitiva no mercado que tem alto potencial de crescimento nos próximos anos. 

No entanto, a adequação das empresas do setor à interoperabilidade ainda é recente e tem uma série de obstáculos para resolver no primeiro momento. Dentre eles, a capacitação dos profissionais para que compreendam e utilizem corretamente um software; a busca por uma padronização, que possibilite que a troca de informações seja cada vez mais espontânea; e o estabelecimento de uma comunicação conjunta entre empresas, fornecedores e profissionais para a elaboração de ações estratégicas em comum. 

Vale destacar ainda a necessidade de adequação das infraestruturas físicas para que se adaptem às exigências tecnológicas, sem esquecer o constante investimento para o aperfeiçoamento de sistemas de segurança de dados, indispensável em casos de armazenamento digital, garantindo a inacessibilidade de hackers e golpistas às informações sobre pacientes, funcionários e organizações.

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